08/11/2008

PreSentimento 51. O carisma familiar

Data do presentimento: 8 de novembro de 2007
Novamente sobre as etnias e as derivas da globalização. A Americado Sul é talvez o continente no mundo que mais de qualquer outro tem experimentado involuntariamente a estrategia da mestiçagem: a identidade indigena, a espanhola, portuguesa e a africana ( e em seguida a italiana, chinesa, japonesa ...) deram vida a um modelo de cruzamento unico no mundo, começando por alguns elementos de compatibilidade irrepetiveis: culturas politeistas ou pelo menos ricas em protagonistas "vitais" (no caso do catolicismo através da familia dos santos) e com uma forte conotação iconografica: culturas orais e sempre com um grande peso das relações interpessoais e da intercessão; culturas coletivas nas quais o papel do grupo e da comunidade se exprime com grande decisão; culturas do Sul, nas quais a praça, o corpo, o ritmo e a extroversão tem um papel essencial; e finalmente culturas muito centradas no carisma pessoal de poucos chefes, que mesmo arriscando muitas vezes a deriva paternalistica e autoritaria, demonstram poder infundir entusiasmo e energia aos seus povos.
Como então interpretar o sucesso das esposas (Cristina depois de Evita) que repropõe na Argentina a atualidade do debate sobre os laços politico-familiares e que emerge porém nos Estados Unidos também com a candidatura de Hillary Clinton? Neste caso o movente parece ser a continuidade e a necessidade de valorizar um patrimonio de confiança que hoje constitue um bem sempre mais raro: a confusão e o desorientamento do eleitor visa portanto premiar os sobrenomes além dos nomes, a garantia familiar além da singularidade individual que implica um risco alto demais na escolha. Se confio no marido, a esposa pode garantir-me um bom resultado do investimento, por uma simples propriedade transitiva das egualdades... O carisma pessoal se tranforma em carisma familiar.
O presentimento é que estas formas de empatia guiarão sempre mais as sociedades do futuro, nas quais o risco precisa ser evitado: realiza-se assim o paradoxo do maximo de abertura, tipico da globalização, com o minimo de variedade, que no fim acaba prevalecendo.
Data de vencimento: 8 de novembro de 2011

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