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29/11/2008

()PreVisão 67. Arte no BRIC, design no Ocidente

Data da previsão: 29 de novembro de 2007
O tema da relação entre arte e design, desenvolvido em muitos posts deste blog, tem suscitado curiosidade e interesse sempre maiores entre seus leitores/visitadores. Vale a pena portanto entrar com mais profundidade nesta reflexão abrangendo dimensões geograficas e sociologicas que ainda não foram examinadas. Especialmente nos paises do BRIC (Brasil, Russia, India, China) a arte está vivendo um desenvolvimento criativo e um sucesso comercial também inimaginaveis alguns anos atrás. Isso parece corresponder à hipotese, já proposta, que a pratica artistica se torne decisiva na fase de afirmação das vanguardas, ou seja quando um pais e uma cultura desenvolvem logicas de elaboração da modernidade: a arte se tornaria um motor conceitual e de reflexão cultural-existencial como que por uma forte necessidade das sociedades em transição de modelos pre-industriais para logicas industriais levando à modernidade. A arte abre a mente, põe abaixo as barreiras da tradição e os limites das experiencias, para abraçar a aventura exaltante do individuo moderno, avançando para a conquista da sua autonomia e liberdade. Mas quando adentra-se na fase post-industrial de busca pela qualidade e pela mobilidade, o design assume dela a força e a centralidade, fornecendo novos parametros qualitativos de experiencia tangivel e condivisão cotidiana. E então se torna estrategica a aliança do design com os processos post-industriais que conciliam etica com estetica, além da pura visão artistica.
A previsão concerne portanto o crescimento e o desenvolvimento paralelos de expressões artisticas nos paises emergentes (os eventos sobre artistas chineses e indianos estão bombando), e do design em todas as suas formas nos paises desenvolvidos (os novos cursos e percursos academicos como aqueles da Domus Academy a Milano)
Data de vencimento: 29 de novembro de 2007

12/11/2008

PreSentimento 54: comunicaçao não, estetica sim

Data do presentimento: 12 de novembro de 2007
A comunicação fechou seu ciclo feliz, deixando definitivamente o lugar para a Estetica. A Estetica é a disciplina do sentir, e envolveu no seu crescimento primeiramente a arte, depois o design, e agora a moda. Favorecido pelas novas tecnologias também, o campo estetico está se alargando. Alguem interpreta esta extensão como um enfraquecimento da linguagem artistica: a obra de arte decai para mercadoria. Ao contrario Duchamp já tinha em mente, um seculo atrás, o verdadeiro caminho que se enxertaria na sociedade nascente: a mercadoria estava-se tornando a extraordinaria expressão do talento artistico: Warhol com experteza virou seu netinho. Depois de um seculo este axioma já é reconhecido pelos consumidores também. Mas - assim como na arte que depois se transforma em design - não todas as mercadorias se parecem ou são iguais. O consumidor assume o papel que foi aquele do critico de arte. A partir de agora começa o jogo da avaliação estetica, do sucesso e do fracasso. E o presentimento diz respeito a esta capacidade estetica que o consumidor terá condição de impor nos proximos 10 anos às empresas de produção.
A outra operação que Duchamp desencadeia é a enfase da intenção, e portanto a inteligencia na escolha: confiar nas forças e processos que já decidiram por nos, recuperando-os com a intenção, que enfatiza o valor estetico. Duchamp continua a emitir nos nossos tempos suas raras, calibradas intenções, a conduzir seu discurso polidimensional, livre de qualquer "especifico" artistico, pronto a envolver todos os setores de experiencia, a cruza-los entre si. O consuidor odierno não faz outra coisa senão seguir este mesmo caminho.
Data de vencimento: 12 de novembro de 2017

03/11/2008

PreVisão 54. O design suplanta a arte

Data da previsão: 3 de novembro de 2007
Estamos chegando ao fim de uma revolução cultural cuja dimensão ainda não comprendemos: o design suplantou a arte. Este é um processo iniciado quase um seculo atrás. Uma vez minada a logica artistica da aura (cuja "queda" foi admiravelmente analizada por Walter Benjamin) através das operações conceituais de Duchamp (um exemplo para todos: propor um urinol em uma exposição como objeto de arte), a dimensão artistica deixou lugar para a pura e simples dimensão estetica, que aliás foi surprendentemente retomada pelo nascente desenho industrial. Duchamp foi quem transformou a arte em design, intuindo o enorme potencial estetico da produção industrial. Naquele exato momento se subverteu a comparação de forças entre a arte cotidiana da produção industrial e de consumo, e os movimentos artisticos que se tornaram uma parodia de si mesmos. O surrealismo opera como ponte nesta passagem, propondo os primeiros objetos artisticos de consumo, dentro de uma logica ainda artesanal mas evoluindo para industrial com o desenvolvimento do design: veja o encontro fascinante entre o grupo de surrealistas emigrados nos EEUU na segunda guerra e o nascimento do correalismo de Kiesler que propõe objetos, moveis e peças de decoração produziveis industrialmente. De fato as aplicações mais fascinantes das vanguardas se deram exatamente no ambito dos objetos de uso: das joias de De Chirico ás roupas de Schiapparelli, das experimentações futuristicas em peças de vestuario até o nascimento das primeiras extraordinarias campanhas de propaganda para Campari e Branca, assinadas por De Pero, Balla, Dudovich e as primeiras "vitrines" pensadas por Ernst, até a definitiva afirmação do desenho industrial que representa o exemplo mais concreto e evidente de de re-encarnação das vanguardas artisticas. Andy Wahrol foi de fato um concept designer.
A arte iniciou sua dissolução a um seculo e ainda hoje nos não percebemos: a previsão é que, não há duvida, as faculdades de design vão estourar, e as academias de arte inesoravelmente vão se esvaziar.
Data de vencimento: 3 de novembro de 2012

27/10/2008

PreVisão 50. O verbo do marketing será criativo

Data da previsão: 27 de outubro de 2007
O design também já se liberou das escolas de pensamento contrapostas (por ex. o movimento moderno contra o design radical), adotando a logica da experiencia como ponto de referencia para definir seu papel em estimular a qualidade da vida. Assim como aconteceu na relação entre arte e arquitetura na realização dos museus de arte moderna e contemporanea, se torna essencial e estrategica a correlação circular entre o consumidor (novo protagonista criativo), novas linguagens esteticas e de design, e experiencia pessoal saindo do mindset das vanguardas. Neste processo torna-se estrategica a variavel do tempo, pois as experimentações artisticas dos cidadões "persona" não são episodicas mas se alongam no tempo com uma influencia egual áquela das vanguardas que se seguiram em ondas durante o seculo passado. Isso impõe a necessidade de um "pensamento longo" e antecipador como muitas vezes soube ser o pensamento dasvanguardas. Dentro de uns poucos anos as empresas se tornarão laboratorios de propostas de novos movimentos culturais para cidadões-artistas aptos a desenvolve-las. A comunicação se tornará capacidade performativa nos tons da pop art ou do simbolismo, do expressionismo ou do informal. A distribuição e a venda se tornarão happening, espacialismo e situacionismo, enquanto o mundo do packaging vai encontrar-se na sensibilidade de um Cesar e de um Christo.(os artistas n.d.tr.)
Data de vencimento: 27 de outubro de 2009