11/07/2009

PreVisão 170. Os sapatos são um patrimonio para os artistas/artesãos

Um ano apòs esta previsão, e com uma aceleração que supera a fantasia, as cidades italianas encheram-se de costureiras e reparadores que usam seu talento na “manutenção”. Um dos efeitos mais agradaveis da crise, pelo menos no aspecto da sustentabilidade....

Data da previsão: 11 de julho de 2008.
Fala-se muito na crise dos consumos. As promoções iniciadas nestes dias em muitas cidades italianas apresentam um resultado paradoxal: aqueles que compram mais são os turistas estrangeiros. Assim como acontece nas boutiques de moda e também nos outlets, assaltados por ônibus de russos e europeus do leste, que vivem nosso pais como o pais da beleza. Assim também acontece com os muitos asiáticos que chegam em Milano a trabalho ou em grupos: sempre a procura de ofertas. Os italianos , ao contrario, re-aprendem a arte da manutenção e da poupança, e isso no fim das contas não vai ser ruim, com o bom grado dos comerciantes , que de quebra vão precisar aprender as línguas estrangeiras. E novamente vou lembrar mais um costume que De Crescenzo relata no seu livro Il caffè sospeso que citei no post de ontem. O autor narra que “...em Napoli os sapatos não são um produto de consumo, mas sim um produto patrimonial. Quero dizer que na minha cidade um par de sapatos fica sendo usado até as suas extremas capacidades de sobrevida. Uma sola furada, uma arranhadura no couro representam somente imprevistos temporarios na vida de um sapato napolitano. Cuidado com amor, lustrado com atenção, armazenado nas estações improprias com um bom enchimento de papel de jornal, o sapato hiberna feliz por ser reutilizado no próximo ano. Não á de ser a moda a destruir um relacionamento afetuoso, até intimo, entre o dono e o sapato.”
E aqui está o ponto: os ciclos da moda e do consumo estão começando a ser questionados por consumidores sempre mais despertos e propensos a construir relacionamentos afetivos de longa duração com objetos e produtos . Não podemos falar somente em crise, mas comprender os contornos desta transição que estamos vivendo e da qual não vamos voltar atràs a não ser ocasionalmente para alguns produtos inovativos que podem mudar nossa vida.
E portanto a previsão è que os artesãos, os recuperadores, os especialistas no conserto de produtos vão estourar e progredir , ao lado dos comerciantes -vendedores.
Data de vencimento: 11 de julho de 2011

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