23/01/2009

PreVisão 89. O projeto do terceiro Renascimento

Data do presentimento: 18 de janeiro de 2008
As analises do Future Concept Lab demonstram a muitos anos que existe um espaço para uma visão neo-renascimental das profissões e do mercado: um relançamento dos valores humanisticos como inclusive propõem as reflexões do instituto Humanistic Management; uma revitalização da pesquisa cientifica e tecnologica ao redor de um nucleo forte de valores criativos saindo da tradição humana e social, uma centralidade do design á italiana - entendido como um procedimento intuitivo produtor de qualidade - , a definição de estrategias de longo prazo para o aprimoramento da qualidade da vida e do seu gosto cotidiano.
O objetivo do projeto é de colocar a Italia e sua tradição Renascimental ao centro de uma nova visão estrategica que concilia a qualidade dos produtos, do management e da vida cotidiana, em uma atividade interdisciplinar, inovativa e humanistica, que se distancia do fantasma da visão economico-centrista promovida pelo capitalismo e pela finança do tipo anglo-saxão que está finalmente sendo rediscutida no mundo todo, em oposição á velha logica de uma globalização surda as diferencias que esmaga o genius loci de povos e nações.
O projeto do Terceiro Renascimento - que esperamos possa se tornar em um futuro proximo uma Fundação - pode relanãr neste modo o sentido da Italia, o made in Italy, mas também as jazidas culturais do mediterraneo e da Europa, e de paises e empresas que reconhecem a visão do Terceiro Renascimento ( desde a França até a Olanda e a Alemanha, assim como aconteceu no proprio Renascimento). Pode-se prever que, assim como para a Comunidade Europeia, a visão do Terceiro Renascimento será apta a atrair energias e interesses além dos confins europeus, particularmente naqueles paises que pelo envolvimento com o mundo colonial representavam indiretamente o "lado oposto" do Renascimento.
Trata-se de criar um grupo de partners com uma forte identidade e caracteristicas comuns no mercado ( vocação "iluminada", e frequentemente "familiar", exportação maciça no mundo todo, alta inovação do procedimento e de produto, gestão sustentavel dos recursos, forte valor agregado na qualidade da vida das pessoas) que consigam chamar atenção, curiosidade, entusiasmo se apresentando ao mercado, criando estrategias comuns , por exemplo, na maneira como lidar com os mercados do BRIC. Estas empresas deverão também contar sua historia em maneira transparente e documentada obedecendo ás logicas do neo-iluminismo.
Data de vencimento: 18 de janeiro de 2018

PreSentimento 86. A Italia e o paradoxo da felicidade

Data do presentimento: 16 de janeiro de 2008
A Italia é o pais no mundo en que se vive mais: somente o Japão nos supera em alguns meses. A Italia é o pais no mundo em que mais se gostaria de viver, pelo meno por um periodo da vida (são dados de uma pesquisa internacional sobre 70 paises). A Italia é , com toda probabilidade, o pais em que a qualidade da vida "privada" (como se come, como a gente se veste, como se decora a casa, como se vive em familia, como se frequentam os amigos....) é a mais alta do mundo. A Italia é ainda hoje o pais em que em muitos setores as coisas são feitas bem, pelo simples gosto de faze-las bem, no classico esquema artezanal. A Italia é o pais em que a felicidade dos individuos poderia ser conseguida com uma certa facilidade... "Somos os maiores produtores mundiais de sensações" escreve Beppe Severgnini no seu divertente La testa degli Italiani (a cabeça dos italianos) , ultimo capitulo de uma longa reflexão deste autor sobre nossos vicios e virtudes.
No entanto a Italia continua sendo um pais em que os cidadões expressam ressentimento, falta de confiança e pessimismo até o limite do auto-lesionismo; estamos vivendo um paradoxo: o paradoxo italiano. Ilvo Diamanti na sua ultima pesquisa justo sobre a felicidade dos italianos, publicada no La Republica de 3 de janeiro (2008), esplica isso muito bem. No entanto deixa de evidenciar um ponto essencial: nossa tradição rural que ainda pesa sobre nossa cultura, não permite manifestar abertamente nossa felicidade. Nem mesmo admiti-la. Para o italiano mostrar-se feliz pode atrair a inveja do vizinho, e prevalece muito forte a verdadeira razão da nossa presumida infelicidade: se benzer do olho gordo.
Portanto aqui vai o presentimento sobre esta regra de vida tipica dos italianos, que ainda vai ficar valendo por muito tempo, muito bem resumida naquele modo de dizer tão pitoresco do dialeto napolitano: "chiagni e fotti"(chora, mas continua comendo).
Data de vencimento: 16 de janeiro de 2015

08/01/2009

PreVisão 86. Uma Gioconda para todos

Data da previsão: 8 de janeiro de 2008
A volta da ironia e do bom senso poderia começar hoje pela estrategia do sorriso. Aquele sorriso que nos pertence e que propõe a ambivalencia e a sabedoria popular de um olhar sobre o mundo, que não pode ser distante como o dos ingleses, mas pode acolher os valores saudaveis daquela pietas que foi justamente criada no mundo latino. A pietas que passa pela sensibilidade catolica, longe da frieza e do rigor da cultura protestante. Uma estrategia do sorriso que se encarna na pintura mais famosa e admirada do mundo; a Gioconda que propõe um olhar universal e obliquo, ao qual porém não é possivel subtrair-se: continua a olhar o observador de qualquer ponto ele esteja. Um olhar que não encara de frente e diretamente demais, mas respeita e reflete a complexidade do mundo, com infinita comprensão, e que sugere uma distancia que não se confunde com o cinismo, bem ao contrario. È isso, a ironia e o humor poderiam tornar-se na Italia estrategias felizes na sombra deste sorriso, redescobrindo uma tradição que no nosso país atravessou os milenios. O sorriso pode deste modo se conciliar com a pleneza da vida, sem esteriliza-la como as vezes acontece nos paises anglo-saxões onde a ironia ás vezes se transforma em desprezo. O caminho mediterraneo ao o sorriso poderia, ao contrario, valorizar aquela criatividade cotidiana que vai do sorriso da criança ao da mãe, a energia do artista de rua e a simpatia do vendedor. Aceitar e valorizar os prazeres da vida, pensando que sejam unicos e oferecidos pela sorte. Trata-se de praticar "a ironia da sorte": e aqui os mestres são os napoletanos, conforme o grande ensinamento que Raffaele La Capria descreve em L'armonia perduta introduzindo a "napoletanitá"; que não tem nada a ver com a "napoletaneria" que é o lado mais ruim do temperamento partenopeo, esta ultima descrita impiedosamente por Giorgio Bocca no seu ultimo livro Napoli somos nós . "Napoletanitá" é a capacidade de"observação participativa" entre Miseria e Nobreza, com uma inteligencia dirigida a valorizar o lado humano da ironia, o lado gostoso do humorismo. Uma "napoletanitá dell' anima", da alma, como mostra o grande teatro de Eduardo De Filippo, as espressões pasmas de Troisi, e da poetica do poema "a livella" escrito e interpretado pelo grande "Totò", o Principe de Curtis: que nos mostra como o fim é egual para todos.
Uma previsão de sabedoria portanto podemos arrisca-la.
data de vencimento: 8 de janeiro de 2012

06/01/2009

PreSentimento 80. A visão inglesa da italia

Data do presentimento: 5 de janeiro de 2008
Os ingleses são o povo que desde sempre produzem as melhores analises sobre o temperamento dos italianos. Exemplos recentes são dois livros sobre o nosso País de muita sutileza e capacidade descritiva: o primeiro - traduzido também em italiano com o titulo Il cuore oscuro dell' Italia conta a experiencia autobiografica de Tobias Jones, um jornalista britanico que viveu muitos anos em Parma; o segundo de Jonathan White, mais academico e culto, mas também de grande interesse e originalidade, tem como o titulo Italy. The enduring culture, e relata os caracteres ocultos e permanentes do nosso ser italianos. Na mesma onda sutil temos o testemunho de Peter Mandelson - ex-conselheiro de Blair e grande conhecedor do nosso País - que em uma entrevista para La Stampa redimensionou com inteligencia aquela famosa caricatura de uma Italia deprimida proposta pelo New York Time e Times algum tempo atrás. Vale a pena ler diretamente a opinião dele: "Francamente aquela do Times me parece uma caricatura. Como em todas as caricaturas aparecem elementos reais, sendo depois forçados e transfigurados. Hoje o declino italiano periga tornar-se um lugar comum jornalistico. E quando leio analisis deste tipo me pergunto: se a Italia encontra-se efetivamente em uma situação tão catastrofica, porque cresce constantemente o numero daqueles que escolhem a Italia como meta turistica e como lugar para se trabalhar e morar? O problema, ao contrario, é a profunda falta de confiança no futuro, a sensação que a mudança terá um custo prevalentemente negativo que será suportado sempre e em todo caso nas costas de vocés italianos. Não se trata somente de uma tendencia cultural à auto-flagelação, mas de uma falta de convicção nos instrumentos que o país tem para enfrentar e vencer o desafio da mudança e da globalização." Quem lê este blog assiduamente sabe perfeitamente quanto esta opinião é por nós condividida.
O presentimento é que nos proximos 2 anos esta conscientização será mais difundida.
Data de vencimento: 5 de janeiro de 2010

04/01/2009

A redescoberta do Daimon

Data do presentimento: 4 de janeiro de 2000
"Se analizamos a palavra Daimon no seu significado grego, assim como é usada por Socrates, Daimon é o genio que habita dentro de nós, e ao mesmo tempo fora de nós. O daimon nos conduz, nos ensina. O individuo é possuido por um Daimon, como nos ritos quando um Deus encarna-se em uma´pessoa e fala atravez da sua boca. No mundo contemporaneo podemos ser possuidos pelas ideias e pela sua força vital: uma força vita que está dentro de nós, faz pulsar nosso coração e abrir nossos pulmões. Nós somos possuidos por esta força de vida, que alguem chama de genios, e que nada mais é que a organização biologica, desenvolvida e transmitida de geração para geração. Somos ao mesmo tempo possuidos pela cultura que chega a nós pela sociedade, que nos ensina a linguagem, as normas, as regras, e ao mesmo tempo podemos dialogar com aquilo que nos possui e adquirir uma autonomia relativa, uma relativa liberdade."
Sem data de vencimento

02/01/2009

PreSentimento 76. Apple e a elite de massa

Data do presentimento: 1 de janeiro de 2008
O bom livro de Antonio Dini - um dos muitos autores de Nova 100 - dedicado ao fenomeno Apple, cujo titulo emblematico é Emoção Apple, identifica com lucidez algumas chaves do sucesso desta empresa tão especial, que sozinhas poderiam completar um manual de marketing avançado: retornar à inovação, retornar à criatividade, retornar à visão. Exatamente estes retornos foram evocados pelo fundador Steve Jobs no famoso discurso de volta à companhia em 1997, depois do afastamento da sua criatura (por 11 anos) por obra do Ceo Sculley, que o proprio Jobs tinha escolhido em 1985 para melhorar a eficiencia da empresa no mercado. Desde a volta de Jobs na Apple a corrida singular para a convergencia digital entre design e tecnologia não tive pausas ou incertezas, e provou ser vencedora, transformando a Apple na brand mais inovadora de todos os tempos. O pulo da informatica para a musica e depois para a telefonia tem-se mostrado possivel pela simples razão que a Apple tem construido nestes anos uma solida credibilidade e um estilo de pensamento digital, solicitando uma experiencia de consumo absolutamente gratificante do ponto de vista estetico, perceptivo e funcional. Todas as barreiras do marketing tradicional foram demolidas: a segmentação nos preços, e no mercado, e até as diferencias geracionais foram eliminadas por um produto tão universal e igualmente admirado por milhões de individuos, unicos porém unidos por uma mesma paixão, que os transformou em uma elite de massa. Verdadeiro paradoxo que nos proximos 4 anos iremos encontrar se alastrando não somente no setor das tecnologias.
Data de vencimento: 1 de janeiro de 2012