31/07/2009

PreVisão 4. Think locally, Act globally

Data da previsão: 31 de julho de 2007
Cada um herda dos lugares onde vive uma energia que podemos definir genius loci (o talento do lugar), que tem que ser conhecido e reconhecido, e que plasma de modo dinamico o carater e a experiencia pessoal. O magico encontro entre a unicidade dos lugares e a unicidade das pessoas, permite definir uma trama de historias coletivas e individuais, cujo limite è impossivel delinear com precisão. No entanto existem esperiencias comuns e universais - desde o sonho até a linguagem - que nos fazem diferentes de toda outra criatura neste planeta. O papel extraordinario da Web torna-se portanto o de pôr em comunicação estas diversidades e ao mesmo tempo evidenciar a universalidade da experiencia humana. Isto significa que nos proximos 6 anos o pensamento de cada um - que é sempre local - vai se confrontar sempre mais frequentemente com uma visão global. È preciso portanto virar ao avesso o conceito desviante Think globally, Act locally ( che tem caracterizado 20 anos devastadores de globalização) no seu oposto Think locally, Act globally .
Data de vencimento: 31 de julho de 2013

23/07/2009

Proposta 1. Ensinar as regras do capitalismo 3.0

Depois de um ano da data desta proposta estamos trabalhando com uma dezena de universidades na Italia e no mundo sobre esta hipotese, justo através da atividade da Associação The Renaissance Link....
Data da proposta: 25 de julho de 2008
Fundamental na construção do Terceiro Renascimento e da sua visão, è a leitura do livro Capitalismo 3.0. O planeta patrimonio de todos. de Peter Barnes, que esclarece a possivel evolução - sem ingenuos rasgos revolucionarios - do nosso sistema capitalistico para uma forma mais consciente de visão politico-social que justamente o autor define up-grading do programa operativo da nossa sociedade. Os ultimos 10 anos de fato demonstraram - no impulso do movimento global e de muitas associações e fundações - a insustentabilidade do modelo economico, social e financeiro construido até hoje. Nos ultimos anos e na passagem do milenio está emergindo especialmente com força a centralidade dos "commons", ou seja dos bens comuns como ar, agua, informação, inteligenci e laços sociais, que não podem ser divididos e privatizados ainda mais, e que não podem ser administrados por meio das classicas logicas proprietarias. E isso não por causa de bondade ou de uma ideologia, mas por causa da propria sobrevivencia do nosso planeta e da nossa vida social. Por causa da propria sustentabilidade do sistema.
Barnes identifica - com a clareza e lucidez tipica dos anglo-saxões - tres grandes categorias sujeitas as novas logicas dos "commons": o meio ambiente, a cultura e os laços sociais; e sobre estes imagina a definição de um novo contrato social com as gerações futuras que destes bens correm ser privados. Esta è a intuição que torna a visão unica e potente, e que torna-se portanto esta nossa primeira proposta, para inscrever-se na dimensão nascente do Terceiro Renascimento, no encontro com o capitalismo 3.0 e na corrente da emoção sustentavel, onde se cruzam os interesses de pais e filhos, empresarios e trabalhadores.
A proposta é de lançar hipoteses concretas, ideias e praticas para enriquecer esta visão, trabalhando com as empresas. Em todas as facultades de Economia será preciso começar a ensinar o Capitalismo 3.0: comecemos pela Bocconi e as Universidades milanesas, aproveitando da sincronia com a Expo 2015 que propõe justamente estes argumentos, e vamos movimentar este Circulo Virtuoso. Sei de muitos professores universitarios que acompanham este blog: comecemos então este dialogo.

13/07/2009

PreSentimento 167. O escritorio como animal ofegante

Data do presentimento: 13 de julho de 2008
Voltamos ao livro de Danilo Premoli sobre o futuro do escritorio : Dez anos depois: o projeto Escritorio no inicio do novo milenio, sobre o qual já falamos no post de 9 de julho. O argumento vale a pena. Imaginando o escritorio de hoje e de amanhã Luigi Giaffone fala de espaços de hospitalidade, de relax, de learning. King e Miranda concentram sua atenção sobre o homem, dando espço ao simbolo das mãos. Ferruccio laviani fala em personalização dos espaços e Piero Lissoni de espaços de decompressão para o pensamento. Com certeza o escritorio do futuro será uma caixa cheia de surpresas, em um contexto definido por longas mesas que como afirma Alessandro Mendini "se tornam quase uma toponomastica", ou por transparencias que como afirma Franco Mirenzi se tornam moda, transformando os limites internos de tangiveis em intangiveis. Comprender a expressão fisica do escritorio do futuro significa antes de tudo reconhecer de maneira iluminista os progressos da tecnologia, a presença de plataformas digitais, que regulam a comunicação entre escritorio e o espaço em volta: um cenario motivador para equipes de trabalho que, como afirmam Luciano Pagani e Angelo Perversi reconhecem nele o aspecto cenografico, com simbologias que Franco Raggi considera mais incisivas do que no espaço domestico. o Novo Renascimento que Massimo Scolari evoca na sua reflexão, se encarna portanto nas relações entre as coisas, a estetica e o contexto socio-cultural evocado por Stefano Marzano, até chegar até àquele ideal de mosteiro proposto por mario Trimarchi, e para alimentar uma ideia de sustentabilidade que como fala Matteo Thun não se limita ao visivel. A sintese final´`e proposta por Ettore Sottsass que com a sabedoria do mestre por todos nos pranteado, imagina o escritorio como "um animal ofegante, em movimento perpetuo"
Data de vencimento 13 de julho de 2015

12/07/2009

PreVisão 171. A diferença entre estilo de vida e estilo de pensamento.

Data da previsão:12 de julho de 2000

"No terreno da reflexão sociologica torna-se portanto mais interessante raciocinar sobre o conceito de mindstyle (estilo de pensamento) do que de lifestyle (estilo de vida), enfatizando as caracteristicas que marcam esta diferencia: a imaterialidade e a fluidez do pensamento confrontada com uma vida material ordenada segundo categorias esteticas e estilisticas. Neste aspecto nos anos Oitenta e Noventa falava-se no setor da moda de "ilhas de estilo", ao passo que hoje preferimos falar em redes relacionais ou fluxos perceptivos. A rede não propõe simplesmente uma multiplicidade de estilos, mas sim uma redefinição radical do pensamento, a começar pelas suas qualidades eticas e esteticas, antes mesmo que estilisticas: o proprio conceito de estilo periga "afogar" na rede, se não for sustentado pela definição de conceitos vitais, que se alimentam de paixões individuais. È nesta delicada passagem que o stilo perde sua força de atração preventiva, deixando espaço para a sensibilidade pessoal e coletiva, que no processo vital e no metabolismo qualitativo produz suas proprias linguagens e suas proprias esteticas. Nos ultimos vinte anos o estilo tem sido um forte catalizador de identidade, um aproximador comunicativo e existencial; na atual fase seu papel parece ter mudado e sua função invertida: de causa para efeito. Não são mais a aquisição e a defesa de um estilo a constituir e sustenta a identidade do sujeito avançado, mas o trabalho existencial dos valores e das experiencias no planp relacional aberto à exploração de novas sensibilidades. O estilo de vida é prescriptivo, o estilo de pensamento è explorativo."
de PreVisões e preSentimentos. Estilos de pensamento para um futuro já presente.
Data de vencimento: 12 de julho de 2008

11/07/2009

PreVisão 170. Os sapatos são um patrimonio para os artistas/artesãos

Um ano apòs esta previsão, e com uma aceleração que supera a fantasia, as cidades italianas encheram-se de costureiras e reparadores que usam seu talento na “manutenção”. Um dos efeitos mais agradaveis da crise, pelo menos no aspecto da sustentabilidade....

Data da previsão: 11 de julho de 2008.
Fala-se muito na crise dos consumos. As promoções iniciadas nestes dias em muitas cidades italianas apresentam um resultado paradoxal: aqueles que compram mais são os turistas estrangeiros. Assim como acontece nas boutiques de moda e também nos outlets, assaltados por ônibus de russos e europeus do leste, que vivem nosso pais como o pais da beleza. Assim também acontece com os muitos asiáticos que chegam em Milano a trabalho ou em grupos: sempre a procura de ofertas. Os italianos , ao contrario, re-aprendem a arte da manutenção e da poupança, e isso no fim das contas não vai ser ruim, com o bom grado dos comerciantes , que de quebra vão precisar aprender as línguas estrangeiras. E novamente vou lembrar mais um costume que De Crescenzo relata no seu livro Il caffè sospeso que citei no post de ontem. O autor narra que “...em Napoli os sapatos não são um produto de consumo, mas sim um produto patrimonial. Quero dizer que na minha cidade um par de sapatos fica sendo usado até as suas extremas capacidades de sobrevida. Uma sola furada, uma arranhadura no couro representam somente imprevistos temporarios na vida de um sapato napolitano. Cuidado com amor, lustrado com atenção, armazenado nas estações improprias com um bom enchimento de papel de jornal, o sapato hiberna feliz por ser reutilizado no próximo ano. Não á de ser a moda a destruir um relacionamento afetuoso, até intimo, entre o dono e o sapato.”
E aqui está o ponto: os ciclos da moda e do consumo estão começando a ser questionados por consumidores sempre mais despertos e propensos a construir relacionamentos afetivos de longa duração com objetos e produtos . Não podemos falar somente em crise, mas comprender os contornos desta transição que estamos vivendo e da qual não vamos voltar atràs a não ser ocasionalmente para alguns produtos inovativos que podem mudar nossa vida.
E portanto a previsão è que os artesãos, os recuperadores, os especialistas no conserto de produtos vão estourar e progredir , ao lado dos comerciantes -vendedores.
Data de vencimento: 11 de julho de 2011

10/07/2009

PreSentimento 166. O medo das trocas vitais.

Reler este presentimento - na sua parte final - depois de um ano, nos faz refletir: continua o desafio de criar novos "motores de generosidade" , e com certeza estes não provém da nossa area politica...
Data do presentimento: 10 de julho de 2008.
No ultimo livro de Luciano de Crescenzo, leve e aprazivel como sempre, reencontramos algumas caracteristicas da sociedade napolitana que , nestes tempos de lixo e camorra, batem ao coração.
O proprio titulo alude à um costume napolitano que está desaparecendo, entre os mais nobres e envolventes: o livro se intitula Il caffè sospeso ( o café pendurado). Como o proprio autor narra " Em Napoli, era uma vez um belo costume: quando um cara estava numa bôa e tomava um café no bar, pagava não um, mas dois cafés. Este ultimo estaria reservado ao proximo cliente que chegasse. Em outras palavras, este era um café ofertado à humanidade. Vez ou outra tinha alguem que chegava na entrada e perguntava se tinha um "sospeso".Naquela epoca tinha mais clientes pobres que ricos. Hoje infelizmente não somente ninguem mais paga um "sospeso", mas não tem ninguem disponivel a aceita-lo. Esta ultima observação merece uma reflexão profunda: o risco de exaurir na nossa vida, por medo ou por ignorancia, as formas de circulação, troca, reciprocidade não reguladas por logicas exclusivamente economicas, mas sim por impulsos de generosidade e de felicidade condivisa.
Esta é a deriva que francamente mais nos preocupa no comportamento do atual governo italiano, que não promete nada de bom: a cultura narcisista do primeiro ministro, a cultura intolerante de Alleanza Nazionale, a cultura da Lega Nord orientada ao territorio . Nenhun estimulo à generosidade, nenhum ideal de encontro feliz: este é o preço mais salgado que vamos pagar por um governo que terá que fazer o que deve ser feito e que todos também teriam feito (veja a continuidade entre Visco e Brunetta, entre Padoa Schioppa e Tremonti), mas que demonstra um grande medo das trocas vitais.
Data de vencimento: 10 de julho de 2013

09/07/2009

PreVisão 169. O Escritorio é duro na queda.

Data da previsão: 9 de julho de 2008.
Ser responsavel significa fazer escolhas conscientes. Assumir a carga, até o fim, das proprias escolhas significa ser livre. Nisso consiste nossa humanidade: ser empresarios, executivos e designer iluminados da nossa liberdade consciente. O escritorio do futuro deve alimentar-se portanto de substancia e qualidade experimentada dos conteudos, ainda encarnando o lugar da nossa atividade no mundo. O escritorio não vai acabar nem se dissolver no cottage eletronico previsto por eminentes futurologos. O escritorio é duro na queda. Não vamos trabalhar em casa como muitos estavam prevendo. Quase todos os entrevistados reunidos por Danilo Premoli em um belo livro de reflexões profundas , Dez anos depois. O projeto escritorio no começo do novo milenio, tem a virtude e a humildade de repensar suas ideias, depois de 10 anos, e hoje o espaço do escritorio manifesta-se como necessidade experimental permanente, especialmente na cotidianidade do trabalho. Como forma consciente de retomar posse do valor da experiencia professional. Emilio Ambasz fala em objetos iluminados aptos a abrir-nos os olhos. Giovanni Anceschi de happening e envolvimento emotivo. Dante Benini de dignidade do trabalho. Mario Cucinella de prazer, aprazibilidade e qualidade da luz. Todos aludem a uma necessidade de humanização, e também de definição e certificação dos procedimentos, de qualidade e valores materiais e imateriais. Compreensão e definição das novas funções do escritorio. Uma maneira nova de iluminar a realidade da vida cotidiana através de uma responsabilidade clara do projeto que depois de muitos anos consiga reconciliar forma e função, necessidades eticas e necessidades esteticas. No signo de uma qualidade de vida regenerada, que perpasse os espaços dos nossos escritorios. Este argumento é importante , e vamos voltar a ele com outros testemunhos.
Data de vencimento: 9 de julho 2015