31/07/2009

PreVisão 4. Think locally, Act globally

Data da previsão: 31 de julho de 2007
Cada um herda dos lugares onde vive uma energia que podemos definir genius loci (o talento do lugar), que tem que ser conhecido e reconhecido, e que plasma de modo dinamico o carater e a experiencia pessoal. O magico encontro entre a unicidade dos lugares e a unicidade das pessoas, permite definir uma trama de historias coletivas e individuais, cujo limite è impossivel delinear com precisão. No entanto existem esperiencias comuns e universais - desde o sonho até a linguagem - que nos fazem diferentes de toda outra criatura neste planeta. O papel extraordinario da Web torna-se portanto o de pôr em comunicação estas diversidades e ao mesmo tempo evidenciar a universalidade da experiencia humana. Isto significa que nos proximos 6 anos o pensamento de cada um - que é sempre local - vai se confrontar sempre mais frequentemente com uma visão global. È preciso portanto virar ao avesso o conceito desviante Think globally, Act locally ( che tem caracterizado 20 anos devastadores de globalização) no seu oposto Think locally, Act globally .
Data de vencimento: 31 de julho de 2013

23/07/2009

Proposta 1. Ensinar as regras do capitalismo 3.0

Depois de um ano da data desta proposta estamos trabalhando com uma dezena de universidades na Italia e no mundo sobre esta hipotese, justo através da atividade da Associação The Renaissance Link....
Data da proposta: 25 de julho de 2008
Fundamental na construção do Terceiro Renascimento e da sua visão, è a leitura do livro Capitalismo 3.0. O planeta patrimonio de todos. de Peter Barnes, que esclarece a possivel evolução - sem ingenuos rasgos revolucionarios - do nosso sistema capitalistico para uma forma mais consciente de visão politico-social que justamente o autor define up-grading do programa operativo da nossa sociedade. Os ultimos 10 anos de fato demonstraram - no impulso do movimento global e de muitas associações e fundações - a insustentabilidade do modelo economico, social e financeiro construido até hoje. Nos ultimos anos e na passagem do milenio está emergindo especialmente com força a centralidade dos "commons", ou seja dos bens comuns como ar, agua, informação, inteligenci e laços sociais, que não podem ser divididos e privatizados ainda mais, e que não podem ser administrados por meio das classicas logicas proprietarias. E isso não por causa de bondade ou de uma ideologia, mas por causa da propria sobrevivencia do nosso planeta e da nossa vida social. Por causa da propria sustentabilidade do sistema.
Barnes identifica - com a clareza e lucidez tipica dos anglo-saxões - tres grandes categorias sujeitas as novas logicas dos "commons": o meio ambiente, a cultura e os laços sociais; e sobre estes imagina a definição de um novo contrato social com as gerações futuras que destes bens correm ser privados. Esta è a intuição que torna a visão unica e potente, e que torna-se portanto esta nossa primeira proposta, para inscrever-se na dimensão nascente do Terceiro Renascimento, no encontro com o capitalismo 3.0 e na corrente da emoção sustentavel, onde se cruzam os interesses de pais e filhos, empresarios e trabalhadores.
A proposta é de lançar hipoteses concretas, ideias e praticas para enriquecer esta visão, trabalhando com as empresas. Em todas as facultades de Economia será preciso começar a ensinar o Capitalismo 3.0: comecemos pela Bocconi e as Universidades milanesas, aproveitando da sincronia com a Expo 2015 que propõe justamente estes argumentos, e vamos movimentar este Circulo Virtuoso. Sei de muitos professores universitarios que acompanham este blog: comecemos então este dialogo.

13/07/2009

PreSentimento 167. O escritorio como animal ofegante

Data do presentimento: 13 de julho de 2008
Voltamos ao livro de Danilo Premoli sobre o futuro do escritorio : Dez anos depois: o projeto Escritorio no inicio do novo milenio, sobre o qual já falamos no post de 9 de julho. O argumento vale a pena. Imaginando o escritorio de hoje e de amanhã Luigi Giaffone fala de espaços de hospitalidade, de relax, de learning. King e Miranda concentram sua atenção sobre o homem, dando espço ao simbolo das mãos. Ferruccio laviani fala em personalização dos espaços e Piero Lissoni de espaços de decompressão para o pensamento. Com certeza o escritorio do futuro será uma caixa cheia de surpresas, em um contexto definido por longas mesas que como afirma Alessandro Mendini "se tornam quase uma toponomastica", ou por transparencias que como afirma Franco Mirenzi se tornam moda, transformando os limites internos de tangiveis em intangiveis. Comprender a expressão fisica do escritorio do futuro significa antes de tudo reconhecer de maneira iluminista os progressos da tecnologia, a presença de plataformas digitais, que regulam a comunicação entre escritorio e o espaço em volta: um cenario motivador para equipes de trabalho que, como afirmam Luciano Pagani e Angelo Perversi reconhecem nele o aspecto cenografico, com simbologias que Franco Raggi considera mais incisivas do que no espaço domestico. o Novo Renascimento que Massimo Scolari evoca na sua reflexão, se encarna portanto nas relações entre as coisas, a estetica e o contexto socio-cultural evocado por Stefano Marzano, até chegar até àquele ideal de mosteiro proposto por mario Trimarchi, e para alimentar uma ideia de sustentabilidade que como fala Matteo Thun não se limita ao visivel. A sintese final´`e proposta por Ettore Sottsass que com a sabedoria do mestre por todos nos pranteado, imagina o escritorio como "um animal ofegante, em movimento perpetuo"
Data de vencimento 13 de julho de 2015

12/07/2009

PreVisão 171. A diferença entre estilo de vida e estilo de pensamento.

Data da previsão:12 de julho de 2000

"No terreno da reflexão sociologica torna-se portanto mais interessante raciocinar sobre o conceito de mindstyle (estilo de pensamento) do que de lifestyle (estilo de vida), enfatizando as caracteristicas que marcam esta diferencia: a imaterialidade e a fluidez do pensamento confrontada com uma vida material ordenada segundo categorias esteticas e estilisticas. Neste aspecto nos anos Oitenta e Noventa falava-se no setor da moda de "ilhas de estilo", ao passo que hoje preferimos falar em redes relacionais ou fluxos perceptivos. A rede não propõe simplesmente uma multiplicidade de estilos, mas sim uma redefinição radical do pensamento, a começar pelas suas qualidades eticas e esteticas, antes mesmo que estilisticas: o proprio conceito de estilo periga "afogar" na rede, se não for sustentado pela definição de conceitos vitais, que se alimentam de paixões individuais. È nesta delicada passagem que o stilo perde sua força de atração preventiva, deixando espaço para a sensibilidade pessoal e coletiva, que no processo vital e no metabolismo qualitativo produz suas proprias linguagens e suas proprias esteticas. Nos ultimos vinte anos o estilo tem sido um forte catalizador de identidade, um aproximador comunicativo e existencial; na atual fase seu papel parece ter mudado e sua função invertida: de causa para efeito. Não são mais a aquisição e a defesa de um estilo a constituir e sustenta a identidade do sujeito avançado, mas o trabalho existencial dos valores e das experiencias no planp relacional aberto à exploração de novas sensibilidades. O estilo de vida é prescriptivo, o estilo de pensamento è explorativo."
de PreVisões e preSentimentos. Estilos de pensamento para um futuro já presente.
Data de vencimento: 12 de julho de 2008

11/07/2009

PreVisão 170. Os sapatos são um patrimonio para os artistas/artesãos

Um ano apòs esta previsão, e com uma aceleração que supera a fantasia, as cidades italianas encheram-se de costureiras e reparadores que usam seu talento na “manutenção”. Um dos efeitos mais agradaveis da crise, pelo menos no aspecto da sustentabilidade....

Data da previsão: 11 de julho de 2008.
Fala-se muito na crise dos consumos. As promoções iniciadas nestes dias em muitas cidades italianas apresentam um resultado paradoxal: aqueles que compram mais são os turistas estrangeiros. Assim como acontece nas boutiques de moda e também nos outlets, assaltados por ônibus de russos e europeus do leste, que vivem nosso pais como o pais da beleza. Assim também acontece com os muitos asiáticos que chegam em Milano a trabalho ou em grupos: sempre a procura de ofertas. Os italianos , ao contrario, re-aprendem a arte da manutenção e da poupança, e isso no fim das contas não vai ser ruim, com o bom grado dos comerciantes , que de quebra vão precisar aprender as línguas estrangeiras. E novamente vou lembrar mais um costume que De Crescenzo relata no seu livro Il caffè sospeso que citei no post de ontem. O autor narra que “...em Napoli os sapatos não são um produto de consumo, mas sim um produto patrimonial. Quero dizer que na minha cidade um par de sapatos fica sendo usado até as suas extremas capacidades de sobrevida. Uma sola furada, uma arranhadura no couro representam somente imprevistos temporarios na vida de um sapato napolitano. Cuidado com amor, lustrado com atenção, armazenado nas estações improprias com um bom enchimento de papel de jornal, o sapato hiberna feliz por ser reutilizado no próximo ano. Não á de ser a moda a destruir um relacionamento afetuoso, até intimo, entre o dono e o sapato.”
E aqui está o ponto: os ciclos da moda e do consumo estão começando a ser questionados por consumidores sempre mais despertos e propensos a construir relacionamentos afetivos de longa duração com objetos e produtos . Não podemos falar somente em crise, mas comprender os contornos desta transição que estamos vivendo e da qual não vamos voltar atràs a não ser ocasionalmente para alguns produtos inovativos que podem mudar nossa vida.
E portanto a previsão è que os artesãos, os recuperadores, os especialistas no conserto de produtos vão estourar e progredir , ao lado dos comerciantes -vendedores.
Data de vencimento: 11 de julho de 2011

10/07/2009

PreSentimento 166. O medo das trocas vitais.

Reler este presentimento - na sua parte final - depois de um ano, nos faz refletir: continua o desafio de criar novos "motores de generosidade" , e com certeza estes não provém da nossa area politica...
Data do presentimento: 10 de julho de 2008.
No ultimo livro de Luciano de Crescenzo, leve e aprazivel como sempre, reencontramos algumas caracteristicas da sociedade napolitana que , nestes tempos de lixo e camorra, batem ao coração.
O proprio titulo alude à um costume napolitano que está desaparecendo, entre os mais nobres e envolventes: o livro se intitula Il caffè sospeso ( o café pendurado). Como o proprio autor narra " Em Napoli, era uma vez um belo costume: quando um cara estava numa bôa e tomava um café no bar, pagava não um, mas dois cafés. Este ultimo estaria reservado ao proximo cliente que chegasse. Em outras palavras, este era um café ofertado à humanidade. Vez ou outra tinha alguem que chegava na entrada e perguntava se tinha um "sospeso".Naquela epoca tinha mais clientes pobres que ricos. Hoje infelizmente não somente ninguem mais paga um "sospeso", mas não tem ninguem disponivel a aceita-lo. Esta ultima observação merece uma reflexão profunda: o risco de exaurir na nossa vida, por medo ou por ignorancia, as formas de circulação, troca, reciprocidade não reguladas por logicas exclusivamente economicas, mas sim por impulsos de generosidade e de felicidade condivisa.
Esta é a deriva que francamente mais nos preocupa no comportamento do atual governo italiano, que não promete nada de bom: a cultura narcisista do primeiro ministro, a cultura intolerante de Alleanza Nazionale, a cultura da Lega Nord orientada ao territorio . Nenhun estimulo à generosidade, nenhum ideal de encontro feliz: este é o preço mais salgado que vamos pagar por um governo que terá que fazer o que deve ser feito e que todos também teriam feito (veja a continuidade entre Visco e Brunetta, entre Padoa Schioppa e Tremonti), mas que demonstra um grande medo das trocas vitais.
Data de vencimento: 10 de julho de 2013

09/07/2009

PreVisão 169. O Escritorio é duro na queda.

Data da previsão: 9 de julho de 2008.
Ser responsavel significa fazer escolhas conscientes. Assumir a carga, até o fim, das proprias escolhas significa ser livre. Nisso consiste nossa humanidade: ser empresarios, executivos e designer iluminados da nossa liberdade consciente. O escritorio do futuro deve alimentar-se portanto de substancia e qualidade experimentada dos conteudos, ainda encarnando o lugar da nossa atividade no mundo. O escritorio não vai acabar nem se dissolver no cottage eletronico previsto por eminentes futurologos. O escritorio é duro na queda. Não vamos trabalhar em casa como muitos estavam prevendo. Quase todos os entrevistados reunidos por Danilo Premoli em um belo livro de reflexões profundas , Dez anos depois. O projeto escritorio no começo do novo milenio, tem a virtude e a humildade de repensar suas ideias, depois de 10 anos, e hoje o espaço do escritorio manifesta-se como necessidade experimental permanente, especialmente na cotidianidade do trabalho. Como forma consciente de retomar posse do valor da experiencia professional. Emilio Ambasz fala em objetos iluminados aptos a abrir-nos os olhos. Giovanni Anceschi de happening e envolvimento emotivo. Dante Benini de dignidade do trabalho. Mario Cucinella de prazer, aprazibilidade e qualidade da luz. Todos aludem a uma necessidade de humanização, e também de definição e certificação dos procedimentos, de qualidade e valores materiais e imateriais. Compreensão e definição das novas funções do escritorio. Uma maneira nova de iluminar a realidade da vida cotidiana através de uma responsabilidade clara do projeto que depois de muitos anos consiga reconciliar forma e função, necessidades eticas e necessidades esteticas. No signo de uma qualidade de vida regenerada, que perpasse os espaços dos nossos escritorios. Este argumento é importante , e vamos voltar a ele com outros testemunhos.
Data de vencimento: 9 de julho 2015

26/02/2009

PreVisão 107. O primeiro "miracolo italiano"

Data da previsão: 25 de fevereiro de 2008
" A tese que queremos propôr ao debate neste breve ensaio afirma que a Italia poderá nos proximos anos representar um papel totalmente novo na area internacional, se terá a ambição e a capacidade em valorizar seu proprio extraordinario talento em produzir felicidade cotidiana. Nesta missão a vocação estetica do nosso País deverá assumir uma centralidade que até hoje não adquiriu, priorizando o modelo produtivo e cultural que soubemos criar no passado, desde o Renascimento para cá. O sentido da Italia. Quando Raffaele Simone fala no seu livro Il paese del pressapoco (o País do mais ou menos) da falta de um Evento Fatal no qual os italianos possam se identificar, está certo: o Risorgimento Italiano (resurreição italiana de 1800 que levou á independencia da dominação estrangeira e à Italia Unida em 1860 - n.tr.) não reune as caracteristicas eroicas e decisivas para poder sustentar o sonho de todo um povo, e no fundo nem Garibaldi nos pertence exclusivamente(o heroi dos dois mundos..) Acreditamos que a fonte mais extraordinaria e que melhor representa a identidade italiana seja justamente o Renascimento: e portanto não um Evento Fatal, mas uma inteira fase da nossa historia na qual, apesar de a Italia ainda nem existir como Estado-Nação, se fundem e convergem todos os elementos que vão se tornar o codigo genetico da nossa italianidade, e nossos valores profundos que produzem qualidade de vida: o Vitalismo Plural, a Criatividade no lazer, a Inteligencia Relacional, o Universalismo Intimo, e todas as outras "virtudes" que descreveremos na primeira parte do livro." de Il senso dell'Italia
Data de vencimento: 25 de fevereiro de 2010

19/02/2009

PreVisão 104. O sentido da Italia

Um ano se passou da publicação do livro Il senso dell'Italia(O sentido da Italia), muitas outras coisas aconteceram, e o projeto Terceiro Renascimento decolou e será apresentado para a emprensa no dia 27 de março 2009, com Giovanni Lanzone, Paolo Anselmi, entre outros. As boas noticias continuam, e nos proximos dias vou informa-los.


Data da previsão: 22 de fevereiro de 2008.
Hoje está sendo lançado nas livrarias da Italia toda meu novo livro Il senso dell'Italia. Instruções para o terceiro miraculo italiano. Um ano e meio atrás, quando o livro foi concebido e escrito no seu nucleo essencial (no magnifico resort Txai, na costa brasileira perto de Itararé, nas ferias de verão) , nunca imaginaria que os assuntos abordados neste breve panfleto se tornariam tão quentes não somente no panorama cultural de reflexão sobre os costumes, mas no debate politico e da midia também. Até no calor de uma vibrante campanha eleitoral. Trabalhar sobre o futuro e na construção de novas visões, para elaborar previsões e presentimentos, significa também colher intuições felizes para depois desenvolve-las instintivamente. E é isso que aconteceu. A lentidão e perplexidade dos editores interessados em potencial no projeto fizeram o restante. O livro sai portanto em um momento que marca uma passagem delicada em que o nosso país procura encontrar um novo ordinamento politico, com novas regras de comportamento e novos objetivos a alcançar. Estão todos convidados á apresentação no salão de Honra da Trienal no dia 4 de março á 18:30, com os palestrantes: Paolo Anselmi, Andrea Branzi, Luca de Biase e Giovanni Lanzone. Iniciando com a leitura do livro procuraremos junto debater o tema do Terceiro Renascimento

Data de vencimento: 4 de março de 2008.

23/01/2009

PreVisão 89. O projeto do terceiro Renascimento

Data do presentimento: 18 de janeiro de 2008
As analises do Future Concept Lab demonstram a muitos anos que existe um espaço para uma visão neo-renascimental das profissões e do mercado: um relançamento dos valores humanisticos como inclusive propõem as reflexões do instituto Humanistic Management; uma revitalização da pesquisa cientifica e tecnologica ao redor de um nucleo forte de valores criativos saindo da tradição humana e social, uma centralidade do design á italiana - entendido como um procedimento intuitivo produtor de qualidade - , a definição de estrategias de longo prazo para o aprimoramento da qualidade da vida e do seu gosto cotidiano.
O objetivo do projeto é de colocar a Italia e sua tradição Renascimental ao centro de uma nova visão estrategica que concilia a qualidade dos produtos, do management e da vida cotidiana, em uma atividade interdisciplinar, inovativa e humanistica, que se distancia do fantasma da visão economico-centrista promovida pelo capitalismo e pela finança do tipo anglo-saxão que está finalmente sendo rediscutida no mundo todo, em oposição á velha logica de uma globalização surda as diferencias que esmaga o genius loci de povos e nações.
O projeto do Terceiro Renascimento - que esperamos possa se tornar em um futuro proximo uma Fundação - pode relanãr neste modo o sentido da Italia, o made in Italy, mas também as jazidas culturais do mediterraneo e da Europa, e de paises e empresas que reconhecem a visão do Terceiro Renascimento ( desde a França até a Olanda e a Alemanha, assim como aconteceu no proprio Renascimento). Pode-se prever que, assim como para a Comunidade Europeia, a visão do Terceiro Renascimento será apta a atrair energias e interesses além dos confins europeus, particularmente naqueles paises que pelo envolvimento com o mundo colonial representavam indiretamente o "lado oposto" do Renascimento.
Trata-se de criar um grupo de partners com uma forte identidade e caracteristicas comuns no mercado ( vocação "iluminada", e frequentemente "familiar", exportação maciça no mundo todo, alta inovação do procedimento e de produto, gestão sustentavel dos recursos, forte valor agregado na qualidade da vida das pessoas) que consigam chamar atenção, curiosidade, entusiasmo se apresentando ao mercado, criando estrategias comuns , por exemplo, na maneira como lidar com os mercados do BRIC. Estas empresas deverão também contar sua historia em maneira transparente e documentada obedecendo ás logicas do neo-iluminismo.
Data de vencimento: 18 de janeiro de 2018

PreSentimento 86. A Italia e o paradoxo da felicidade

Data do presentimento: 16 de janeiro de 2008
A Italia é o pais no mundo en que se vive mais: somente o Japão nos supera em alguns meses. A Italia é o pais no mundo em que mais se gostaria de viver, pelo meno por um periodo da vida (são dados de uma pesquisa internacional sobre 70 paises). A Italia é , com toda probabilidade, o pais em que a qualidade da vida "privada" (como se come, como a gente se veste, como se decora a casa, como se vive em familia, como se frequentam os amigos....) é a mais alta do mundo. A Italia é ainda hoje o pais em que em muitos setores as coisas são feitas bem, pelo simples gosto de faze-las bem, no classico esquema artezanal. A Italia é o pais em que a felicidade dos individuos poderia ser conseguida com uma certa facilidade... "Somos os maiores produtores mundiais de sensações" escreve Beppe Severgnini no seu divertente La testa degli Italiani (a cabeça dos italianos) , ultimo capitulo de uma longa reflexão deste autor sobre nossos vicios e virtudes.
No entanto a Italia continua sendo um pais em que os cidadões expressam ressentimento, falta de confiança e pessimismo até o limite do auto-lesionismo; estamos vivendo um paradoxo: o paradoxo italiano. Ilvo Diamanti na sua ultima pesquisa justo sobre a felicidade dos italianos, publicada no La Republica de 3 de janeiro (2008), esplica isso muito bem. No entanto deixa de evidenciar um ponto essencial: nossa tradição rural que ainda pesa sobre nossa cultura, não permite manifestar abertamente nossa felicidade. Nem mesmo admiti-la. Para o italiano mostrar-se feliz pode atrair a inveja do vizinho, e prevalece muito forte a verdadeira razão da nossa presumida infelicidade: se benzer do olho gordo.
Portanto aqui vai o presentimento sobre esta regra de vida tipica dos italianos, que ainda vai ficar valendo por muito tempo, muito bem resumida naquele modo de dizer tão pitoresco do dialeto napolitano: "chiagni e fotti"(chora, mas continua comendo).
Data de vencimento: 16 de janeiro de 2015

08/01/2009

PreVisão 86. Uma Gioconda para todos

Data da previsão: 8 de janeiro de 2008
A volta da ironia e do bom senso poderia começar hoje pela estrategia do sorriso. Aquele sorriso que nos pertence e que propõe a ambivalencia e a sabedoria popular de um olhar sobre o mundo, que não pode ser distante como o dos ingleses, mas pode acolher os valores saudaveis daquela pietas que foi justamente criada no mundo latino. A pietas que passa pela sensibilidade catolica, longe da frieza e do rigor da cultura protestante. Uma estrategia do sorriso que se encarna na pintura mais famosa e admirada do mundo; a Gioconda que propõe um olhar universal e obliquo, ao qual porém não é possivel subtrair-se: continua a olhar o observador de qualquer ponto ele esteja. Um olhar que não encara de frente e diretamente demais, mas respeita e reflete a complexidade do mundo, com infinita comprensão, e que sugere uma distancia que não se confunde com o cinismo, bem ao contrario. È isso, a ironia e o humor poderiam tornar-se na Italia estrategias felizes na sombra deste sorriso, redescobrindo uma tradição que no nosso país atravessou os milenios. O sorriso pode deste modo se conciliar com a pleneza da vida, sem esteriliza-la como as vezes acontece nos paises anglo-saxões onde a ironia ás vezes se transforma em desprezo. O caminho mediterraneo ao o sorriso poderia, ao contrario, valorizar aquela criatividade cotidiana que vai do sorriso da criança ao da mãe, a energia do artista de rua e a simpatia do vendedor. Aceitar e valorizar os prazeres da vida, pensando que sejam unicos e oferecidos pela sorte. Trata-se de praticar "a ironia da sorte": e aqui os mestres são os napoletanos, conforme o grande ensinamento que Raffaele La Capria descreve em L'armonia perduta introduzindo a "napoletanitá"; que não tem nada a ver com a "napoletaneria" que é o lado mais ruim do temperamento partenopeo, esta ultima descrita impiedosamente por Giorgio Bocca no seu ultimo livro Napoli somos nós . "Napoletanitá" é a capacidade de"observação participativa" entre Miseria e Nobreza, com uma inteligencia dirigida a valorizar o lado humano da ironia, o lado gostoso do humorismo. Uma "napoletanitá dell' anima", da alma, como mostra o grande teatro de Eduardo De Filippo, as espressões pasmas de Troisi, e da poetica do poema "a livella" escrito e interpretado pelo grande "Totò", o Principe de Curtis: que nos mostra como o fim é egual para todos.
Uma previsão de sabedoria portanto podemos arrisca-la.
data de vencimento: 8 de janeiro de 2012

06/01/2009

PreSentimento 80. A visão inglesa da italia

Data do presentimento: 5 de janeiro de 2008
Os ingleses são o povo que desde sempre produzem as melhores analises sobre o temperamento dos italianos. Exemplos recentes são dois livros sobre o nosso País de muita sutileza e capacidade descritiva: o primeiro - traduzido também em italiano com o titulo Il cuore oscuro dell' Italia conta a experiencia autobiografica de Tobias Jones, um jornalista britanico que viveu muitos anos em Parma; o segundo de Jonathan White, mais academico e culto, mas também de grande interesse e originalidade, tem como o titulo Italy. The enduring culture, e relata os caracteres ocultos e permanentes do nosso ser italianos. Na mesma onda sutil temos o testemunho de Peter Mandelson - ex-conselheiro de Blair e grande conhecedor do nosso País - que em uma entrevista para La Stampa redimensionou com inteligencia aquela famosa caricatura de uma Italia deprimida proposta pelo New York Time e Times algum tempo atrás. Vale a pena ler diretamente a opinião dele: "Francamente aquela do Times me parece uma caricatura. Como em todas as caricaturas aparecem elementos reais, sendo depois forçados e transfigurados. Hoje o declino italiano periga tornar-se um lugar comum jornalistico. E quando leio analisis deste tipo me pergunto: se a Italia encontra-se efetivamente em uma situação tão catastrofica, porque cresce constantemente o numero daqueles que escolhem a Italia como meta turistica e como lugar para se trabalhar e morar? O problema, ao contrario, é a profunda falta de confiança no futuro, a sensação que a mudança terá um custo prevalentemente negativo que será suportado sempre e em todo caso nas costas de vocés italianos. Não se trata somente de uma tendencia cultural à auto-flagelação, mas de uma falta de convicção nos instrumentos que o país tem para enfrentar e vencer o desafio da mudança e da globalização." Quem lê este blog assiduamente sabe perfeitamente quanto esta opinião é por nós condividida.
O presentimento é que nos proximos 2 anos esta conscientização será mais difundida.
Data de vencimento: 5 de janeiro de 2010

04/01/2009

A redescoberta do Daimon

Data do presentimento: 4 de janeiro de 2000
"Se analizamos a palavra Daimon no seu significado grego, assim como é usada por Socrates, Daimon é o genio que habita dentro de nós, e ao mesmo tempo fora de nós. O daimon nos conduz, nos ensina. O individuo é possuido por um Daimon, como nos ritos quando um Deus encarna-se em uma´pessoa e fala atravez da sua boca. No mundo contemporaneo podemos ser possuidos pelas ideias e pela sua força vital: uma força vita que está dentro de nós, faz pulsar nosso coração e abrir nossos pulmões. Nós somos possuidos por esta força de vida, que alguem chama de genios, e que nada mais é que a organização biologica, desenvolvida e transmitida de geração para geração. Somos ao mesmo tempo possuidos pela cultura que chega a nós pela sociedade, que nos ensina a linguagem, as normas, as regras, e ao mesmo tempo podemos dialogar com aquilo que nos possui e adquirir uma autonomia relativa, uma relativa liberdade."
Sem data de vencimento

02/01/2009

PreSentimento 76. Apple e a elite de massa

Data do presentimento: 1 de janeiro de 2008
O bom livro de Antonio Dini - um dos muitos autores de Nova 100 - dedicado ao fenomeno Apple, cujo titulo emblematico é Emoção Apple, identifica com lucidez algumas chaves do sucesso desta empresa tão especial, que sozinhas poderiam completar um manual de marketing avançado: retornar à inovação, retornar à criatividade, retornar à visão. Exatamente estes retornos foram evocados pelo fundador Steve Jobs no famoso discurso de volta à companhia em 1997, depois do afastamento da sua criatura (por 11 anos) por obra do Ceo Sculley, que o proprio Jobs tinha escolhido em 1985 para melhorar a eficiencia da empresa no mercado. Desde a volta de Jobs na Apple a corrida singular para a convergencia digital entre design e tecnologia não tive pausas ou incertezas, e provou ser vencedora, transformando a Apple na brand mais inovadora de todos os tempos. O pulo da informatica para a musica e depois para a telefonia tem-se mostrado possivel pela simples razão que a Apple tem construido nestes anos uma solida credibilidade e um estilo de pensamento digital, solicitando uma experiencia de consumo absolutamente gratificante do ponto de vista estetico, perceptivo e funcional. Todas as barreiras do marketing tradicional foram demolidas: a segmentação nos preços, e no mercado, e até as diferencias geracionais foram eliminadas por um produto tão universal e igualmente admirado por milhões de individuos, unicos porém unidos por uma mesma paixão, que os transformou em uma elite de massa. Verdadeiro paradoxo que nos proximos 4 anos iremos encontrar se alastrando não somente no setor das tecnologias.
Data de vencimento: 1 de janeiro de 2012