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23/07/2009

Proposta 1. Ensinar as regras do capitalismo 3.0

Depois de um ano da data desta proposta estamos trabalhando com uma dezena de universidades na Italia e no mundo sobre esta hipotese, justo através da atividade da Associação The Renaissance Link....
Data da proposta: 25 de julho de 2008
Fundamental na construção do Terceiro Renascimento e da sua visão, è a leitura do livro Capitalismo 3.0. O planeta patrimonio de todos. de Peter Barnes, que esclarece a possivel evolução - sem ingenuos rasgos revolucionarios - do nosso sistema capitalistico para uma forma mais consciente de visão politico-social que justamente o autor define up-grading do programa operativo da nossa sociedade. Os ultimos 10 anos de fato demonstraram - no impulso do movimento global e de muitas associações e fundações - a insustentabilidade do modelo economico, social e financeiro construido até hoje. Nos ultimos anos e na passagem do milenio está emergindo especialmente com força a centralidade dos "commons", ou seja dos bens comuns como ar, agua, informação, inteligenci e laços sociais, que não podem ser divididos e privatizados ainda mais, e que não podem ser administrados por meio das classicas logicas proprietarias. E isso não por causa de bondade ou de uma ideologia, mas por causa da propria sobrevivencia do nosso planeta e da nossa vida social. Por causa da propria sustentabilidade do sistema.
Barnes identifica - com a clareza e lucidez tipica dos anglo-saxões - tres grandes categorias sujeitas as novas logicas dos "commons": o meio ambiente, a cultura e os laços sociais; e sobre estes imagina a definição de um novo contrato social com as gerações futuras que destes bens correm ser privados. Esta è a intuição que torna a visão unica e potente, e que torna-se portanto esta nossa primeira proposta, para inscrever-se na dimensão nascente do Terceiro Renascimento, no encontro com o capitalismo 3.0 e na corrente da emoção sustentavel, onde se cruzam os interesses de pais e filhos, empresarios e trabalhadores.
A proposta é de lançar hipoteses concretas, ideias e praticas para enriquecer esta visão, trabalhando com as empresas. Em todas as facultades de Economia será preciso começar a ensinar o Capitalismo 3.0: comecemos pela Bocconi e as Universidades milanesas, aproveitando da sincronia com a Expo 2015 que propõe justamente estes argumentos, e vamos movimentar este Circulo Virtuoso. Sei de muitos professores universitarios que acompanham este blog: comecemos então este dialogo.

11/07/2009

PreVisão 170. Os sapatos são um patrimonio para os artistas/artesãos

Um ano apòs esta previsão, e com uma aceleração que supera a fantasia, as cidades italianas encheram-se de costureiras e reparadores que usam seu talento na “manutenção”. Um dos efeitos mais agradaveis da crise, pelo menos no aspecto da sustentabilidade....

Data da previsão: 11 de julho de 2008.
Fala-se muito na crise dos consumos. As promoções iniciadas nestes dias em muitas cidades italianas apresentam um resultado paradoxal: aqueles que compram mais são os turistas estrangeiros. Assim como acontece nas boutiques de moda e também nos outlets, assaltados por ônibus de russos e europeus do leste, que vivem nosso pais como o pais da beleza. Assim também acontece com os muitos asiáticos que chegam em Milano a trabalho ou em grupos: sempre a procura de ofertas. Os italianos , ao contrario, re-aprendem a arte da manutenção e da poupança, e isso no fim das contas não vai ser ruim, com o bom grado dos comerciantes , que de quebra vão precisar aprender as línguas estrangeiras. E novamente vou lembrar mais um costume que De Crescenzo relata no seu livro Il caffè sospeso que citei no post de ontem. O autor narra que “...em Napoli os sapatos não são um produto de consumo, mas sim um produto patrimonial. Quero dizer que na minha cidade um par de sapatos fica sendo usado até as suas extremas capacidades de sobrevida. Uma sola furada, uma arranhadura no couro representam somente imprevistos temporarios na vida de um sapato napolitano. Cuidado com amor, lustrado com atenção, armazenado nas estações improprias com um bom enchimento de papel de jornal, o sapato hiberna feliz por ser reutilizado no próximo ano. Não á de ser a moda a destruir um relacionamento afetuoso, até intimo, entre o dono e o sapato.”
E aqui está o ponto: os ciclos da moda e do consumo estão começando a ser questionados por consumidores sempre mais despertos e propensos a construir relacionamentos afetivos de longa duração com objetos e produtos . Não podemos falar somente em crise, mas comprender os contornos desta transição que estamos vivendo e da qual não vamos voltar atràs a não ser ocasionalmente para alguns produtos inovativos que podem mudar nossa vida.
E portanto a previsão è que os artesãos, os recuperadores, os especialistas no conserto de produtos vão estourar e progredir , ao lado dos comerciantes -vendedores.
Data de vencimento: 11 de julho de 2011

10/07/2009

PreSentimento 166. O medo das trocas vitais.

Reler este presentimento - na sua parte final - depois de um ano, nos faz refletir: continua o desafio de criar novos "motores de generosidade" , e com certeza estes não provém da nossa area politica...
Data do presentimento: 10 de julho de 2008.
No ultimo livro de Luciano de Crescenzo, leve e aprazivel como sempre, reencontramos algumas caracteristicas da sociedade napolitana que , nestes tempos de lixo e camorra, batem ao coração.
O proprio titulo alude à um costume napolitano que está desaparecendo, entre os mais nobres e envolventes: o livro se intitula Il caffè sospeso ( o café pendurado). Como o proprio autor narra " Em Napoli, era uma vez um belo costume: quando um cara estava numa bôa e tomava um café no bar, pagava não um, mas dois cafés. Este ultimo estaria reservado ao proximo cliente que chegasse. Em outras palavras, este era um café ofertado à humanidade. Vez ou outra tinha alguem que chegava na entrada e perguntava se tinha um "sospeso".Naquela epoca tinha mais clientes pobres que ricos. Hoje infelizmente não somente ninguem mais paga um "sospeso", mas não tem ninguem disponivel a aceita-lo. Esta ultima observação merece uma reflexão profunda: o risco de exaurir na nossa vida, por medo ou por ignorancia, as formas de circulação, troca, reciprocidade não reguladas por logicas exclusivamente economicas, mas sim por impulsos de generosidade e de felicidade condivisa.
Esta é a deriva que francamente mais nos preocupa no comportamento do atual governo italiano, que não promete nada de bom: a cultura narcisista do primeiro ministro, a cultura intolerante de Alleanza Nazionale, a cultura da Lega Nord orientada ao territorio . Nenhun estimulo à generosidade, nenhum ideal de encontro feliz: este é o preço mais salgado que vamos pagar por um governo que terá que fazer o que deve ser feito e que todos também teriam feito (veja a continuidade entre Visco e Brunetta, entre Padoa Schioppa e Tremonti), mas que demonstra um grande medo das trocas vitais.
Data de vencimento: 10 de julho de 2013

09/07/2009

PreVisão 169. O Escritorio é duro na queda.

Data da previsão: 9 de julho de 2008.
Ser responsavel significa fazer escolhas conscientes. Assumir a carga, até o fim, das proprias escolhas significa ser livre. Nisso consiste nossa humanidade: ser empresarios, executivos e designer iluminados da nossa liberdade consciente. O escritorio do futuro deve alimentar-se portanto de substancia e qualidade experimentada dos conteudos, ainda encarnando o lugar da nossa atividade no mundo. O escritorio não vai acabar nem se dissolver no cottage eletronico previsto por eminentes futurologos. O escritorio é duro na queda. Não vamos trabalhar em casa como muitos estavam prevendo. Quase todos os entrevistados reunidos por Danilo Premoli em um belo livro de reflexões profundas , Dez anos depois. O projeto escritorio no começo do novo milenio, tem a virtude e a humildade de repensar suas ideias, depois de 10 anos, e hoje o espaço do escritorio manifesta-se como necessidade experimental permanente, especialmente na cotidianidade do trabalho. Como forma consciente de retomar posse do valor da experiencia professional. Emilio Ambasz fala em objetos iluminados aptos a abrir-nos os olhos. Giovanni Anceschi de happening e envolvimento emotivo. Dante Benini de dignidade do trabalho. Mario Cucinella de prazer, aprazibilidade e qualidade da luz. Todos aludem a uma necessidade de humanização, e também de definição e certificação dos procedimentos, de qualidade e valores materiais e imateriais. Compreensão e definição das novas funções do escritorio. Uma maneira nova de iluminar a realidade da vida cotidiana através de uma responsabilidade clara do projeto que depois de muitos anos consiga reconciliar forma e função, necessidades eticas e necessidades esteticas. No signo de uma qualidade de vida regenerada, que perpasse os espaços dos nossos escritorios. Este argumento é importante , e vamos voltar a ele com outros testemunhos.
Data de vencimento: 9 de julho 2015

26/02/2009

PreVisão 107. O primeiro "miracolo italiano"

Data da previsão: 25 de fevereiro de 2008
" A tese que queremos propôr ao debate neste breve ensaio afirma que a Italia poderá nos proximos anos representar um papel totalmente novo na area internacional, se terá a ambição e a capacidade em valorizar seu proprio extraordinario talento em produzir felicidade cotidiana. Nesta missão a vocação estetica do nosso País deverá assumir uma centralidade que até hoje não adquiriu, priorizando o modelo produtivo e cultural que soubemos criar no passado, desde o Renascimento para cá. O sentido da Italia. Quando Raffaele Simone fala no seu livro Il paese del pressapoco (o País do mais ou menos) da falta de um Evento Fatal no qual os italianos possam se identificar, está certo: o Risorgimento Italiano (resurreição italiana de 1800 que levou á independencia da dominação estrangeira e à Italia Unida em 1860 - n.tr.) não reune as caracteristicas eroicas e decisivas para poder sustentar o sonho de todo um povo, e no fundo nem Garibaldi nos pertence exclusivamente(o heroi dos dois mundos..) Acreditamos que a fonte mais extraordinaria e que melhor representa a identidade italiana seja justamente o Renascimento: e portanto não um Evento Fatal, mas uma inteira fase da nossa historia na qual, apesar de a Italia ainda nem existir como Estado-Nação, se fundem e convergem todos os elementos que vão se tornar o codigo genetico da nossa italianidade, e nossos valores profundos que produzem qualidade de vida: o Vitalismo Plural, a Criatividade no lazer, a Inteligencia Relacional, o Universalismo Intimo, e todas as outras "virtudes" que descreveremos na primeira parte do livro." de Il senso dell'Italia
Data de vencimento: 25 de fevereiro de 2010

19/02/2009

PreVisão 104. O sentido da Italia

Um ano se passou da publicação do livro Il senso dell'Italia(O sentido da Italia), muitas outras coisas aconteceram, e o projeto Terceiro Renascimento decolou e será apresentado para a emprensa no dia 27 de março 2009, com Giovanni Lanzone, Paolo Anselmi, entre outros. As boas noticias continuam, e nos proximos dias vou informa-los.


Data da previsão: 22 de fevereiro de 2008.
Hoje está sendo lançado nas livrarias da Italia toda meu novo livro Il senso dell'Italia. Instruções para o terceiro miraculo italiano. Um ano e meio atrás, quando o livro foi concebido e escrito no seu nucleo essencial (no magnifico resort Txai, na costa brasileira perto de Itararé, nas ferias de verão) , nunca imaginaria que os assuntos abordados neste breve panfleto se tornariam tão quentes não somente no panorama cultural de reflexão sobre os costumes, mas no debate politico e da midia também. Até no calor de uma vibrante campanha eleitoral. Trabalhar sobre o futuro e na construção de novas visões, para elaborar previsões e presentimentos, significa também colher intuições felizes para depois desenvolve-las instintivamente. E é isso que aconteceu. A lentidão e perplexidade dos editores interessados em potencial no projeto fizeram o restante. O livro sai portanto em um momento que marca uma passagem delicada em que o nosso país procura encontrar um novo ordinamento politico, com novas regras de comportamento e novos objetivos a alcançar. Estão todos convidados á apresentação no salão de Honra da Trienal no dia 4 de março á 18:30, com os palestrantes: Paolo Anselmi, Andrea Branzi, Luca de Biase e Giovanni Lanzone. Iniciando com a leitura do livro procuraremos junto debater o tema do Terceiro Renascimento

Data de vencimento: 4 de março de 2008.

08/01/2009

PreVisão 86. Uma Gioconda para todos

Data da previsão: 8 de janeiro de 2008
A volta da ironia e do bom senso poderia começar hoje pela estrategia do sorriso. Aquele sorriso que nos pertence e que propõe a ambivalencia e a sabedoria popular de um olhar sobre o mundo, que não pode ser distante como o dos ingleses, mas pode acolher os valores saudaveis daquela pietas que foi justamente criada no mundo latino. A pietas que passa pela sensibilidade catolica, longe da frieza e do rigor da cultura protestante. Uma estrategia do sorriso que se encarna na pintura mais famosa e admirada do mundo; a Gioconda que propõe um olhar universal e obliquo, ao qual porém não é possivel subtrair-se: continua a olhar o observador de qualquer ponto ele esteja. Um olhar que não encara de frente e diretamente demais, mas respeita e reflete a complexidade do mundo, com infinita comprensão, e que sugere uma distancia que não se confunde com o cinismo, bem ao contrario. È isso, a ironia e o humor poderiam tornar-se na Italia estrategias felizes na sombra deste sorriso, redescobrindo uma tradição que no nosso país atravessou os milenios. O sorriso pode deste modo se conciliar com a pleneza da vida, sem esteriliza-la como as vezes acontece nos paises anglo-saxões onde a ironia ás vezes se transforma em desprezo. O caminho mediterraneo ao o sorriso poderia, ao contrario, valorizar aquela criatividade cotidiana que vai do sorriso da criança ao da mãe, a energia do artista de rua e a simpatia do vendedor. Aceitar e valorizar os prazeres da vida, pensando que sejam unicos e oferecidos pela sorte. Trata-se de praticar "a ironia da sorte": e aqui os mestres são os napoletanos, conforme o grande ensinamento que Raffaele La Capria descreve em L'armonia perduta introduzindo a "napoletanitá"; que não tem nada a ver com a "napoletaneria" que é o lado mais ruim do temperamento partenopeo, esta ultima descrita impiedosamente por Giorgio Bocca no seu ultimo livro Napoli somos nós . "Napoletanitá" é a capacidade de"observação participativa" entre Miseria e Nobreza, com uma inteligencia dirigida a valorizar o lado humano da ironia, o lado gostoso do humorismo. Uma "napoletanitá dell' anima", da alma, como mostra o grande teatro de Eduardo De Filippo, as espressões pasmas de Troisi, e da poetica do poema "a livella" escrito e interpretado pelo grande "Totò", o Principe de Curtis: que nos mostra como o fim é egual para todos.
Uma previsão de sabedoria portanto podemos arrisca-la.
data de vencimento: 8 de janeiro de 2012

02/01/2009

PreSentimento 76. Apple e a elite de massa

Data do presentimento: 1 de janeiro de 2008
O bom livro de Antonio Dini - um dos muitos autores de Nova 100 - dedicado ao fenomeno Apple, cujo titulo emblematico é Emoção Apple, identifica com lucidez algumas chaves do sucesso desta empresa tão especial, que sozinhas poderiam completar um manual de marketing avançado: retornar à inovação, retornar à criatividade, retornar à visão. Exatamente estes retornos foram evocados pelo fundador Steve Jobs no famoso discurso de volta à companhia em 1997, depois do afastamento da sua criatura (por 11 anos) por obra do Ceo Sculley, que o proprio Jobs tinha escolhido em 1985 para melhorar a eficiencia da empresa no mercado. Desde a volta de Jobs na Apple a corrida singular para a convergencia digital entre design e tecnologia não tive pausas ou incertezas, e provou ser vencedora, transformando a Apple na brand mais inovadora de todos os tempos. O pulo da informatica para a musica e depois para a telefonia tem-se mostrado possivel pela simples razão que a Apple tem construido nestes anos uma solida credibilidade e um estilo de pensamento digital, solicitando uma experiencia de consumo absolutamente gratificante do ponto de vista estetico, perceptivo e funcional. Todas as barreiras do marketing tradicional foram demolidas: a segmentação nos preços, e no mercado, e até as diferencias geracionais foram eliminadas por um produto tão universal e igualmente admirado por milhões de individuos, unicos porém unidos por uma mesma paixão, que os transformou em uma elite de massa. Verdadeiro paradoxo que nos proximos 4 anos iremos encontrar se alastrando não somente no setor das tecnologias.
Data de vencimento: 1 de janeiro de 2012

26/12/2008

PreVisão 80. Natal como paraiso parcial

Esta previsão vence hoje e deixo a vocés a avaliação sobre a firmeza do setor do "cuidado" nesta hora de crise total.

Data da previsão: 26 de dezembro de 2007
O Natal e as ferias são o momento em que o ocio de "pai de todos os vicios" se transforma em obrigação social. Durante muitos anos as pessoas programaram suas ferias natalinas na base dos orientamentos e modas indicadas pelo sistema mediatico. Viagem de aventura ou segunda moradia nos lugares "certos" para se sentir ao passo com os estilos de vida mais avançados. Roteiros e companhias eram estudados com muita atenção, nada ficando para o acaso: nem o menu da ceia ou o lugar do Reveillon. Na hora da volta ao trabalho a gente ficava aliviada quando tudo tinha se passado conforme o figurino. Nossa respeitabilidade estava salva! Hoje, ao contrario, o tempo livre torna-se sempre mais frequentemente um tempo realmente "libertado". Libertado não somente do trabalho, mas também e sobretudo das preocupações "sociais" e de conformismos excessivos. O ocio se torna um tempo e um lugar realmente para si proprio, para o convivio familiar, para os "amigos verdadeiros", para dar espaço aos nossos hobby e e gostos. Até que enfim um ocio feliz, como Domenico De Masi teoriza a muito tempo. Nas festas de Natal, assim como nos fim de semana procuramos enfim construir "ilhas felizes", interpretar tempos e lugares abandonando o estress cotidiano e a routine urbana. Sabemos que estes momentos serão curtos, por isso procuramos goza-los até o findo. Esta interpretação do ocio como "paraiso parcial" nos permite um salto dimensional, uma experiencia realmente unica e memoravel, radicalmente oposta ao status e às regras da mundanidade. Se explica assim o sucesso dos Spa, dos centros de benestar nos quais o ocio torna-se cura e cuidado com o corpo, e atenção à saude; nesta nossa previsão estamos completamente opostos à interpretação de Cazzullo no seu livro Outlet Italia, onde os fenomenos atuais são lidos ao contrario; a necessidade de cuidar do proprio corpo, que Cazzullo ironiza com arrogancia, é ao contrario o sinal que os individuos estão voltando à razão e aprendem a curtir a vida além dos diktats mediaticos.
Data de vencimento: 26 de dezembro de 2008

18/12/2008

()PreVisione 76. Italianos tristes ou felizes?

O ano que passou- desta vez - infelismente não sinalizou a direção desta previsão: mas ainda nos restam 4 anos para que se realize. Vamos arregaçar as mangas....

Data da previsão: 18 de dezembro de 2007
Uma contribuição preciosa ao debate destes dias sobre a identidade e a presumida tristeza dos italianos, lançado pelo artigo do correspondente do New York Times na Italia, vem da leitura do otimo livro de Sebastiano Vassalli cujo titulo é exatamente L' italiano. Uma coletanea de doze historias breves a respeito de personagens italianos reais, que ao mesmo tempo encarnam os tipos nacionais: o doge (autoridade maxima na Veneza renascimental tr.), o padre, o comendador, o pai da patria, o tenor, o transformista, o carabiniere (policial militar it.tr), a feminista, os dois revolucionarios, o senhor B., chamado também o arcitaliano. A leitura destas historias - relacionadas a pessoas reais identificadas com nome e sobrenome, como Crispi, Sibilla Aleramo, Togliatti, Sofri - nos entroduzem, para começar, à extraordinaria complexidade e subtileza do "tipo italiano" cuja analise certamente não está ao alcance de um jornalista americano por mais brilhante e informado ele possa ser. È uma questão de sensibilidade. De dupla e tripla leitura da realidade. Perguntado se é feliz, italiano nenhum responderia afirmativamente, sem "se" nem "mas". Os "se" e os "mas" fazem parte da essencia da inteligencia italiana, e fica quase impossivel prescindir deles, em uma reflexão condividida pela maioria acerca do nosso destino. Mostrar-se feliz, na Italia, não é aconselhavel, não fosse que para afugentar o azar. Para afinal descobrir - pelos parametros objetivos que medem a qualidade da vida, incluindo a longevidade - que o italiano é o povo mais feliz do mundo, ou seja aquele que complexivamente vive melhor. Os unicos que comprendem geralmente são os outros.
A previsão é que nos proximos 5 anos vamos começar nós também a comprender isso, e a nos tornar mais orgulhosos por aqueles que somos.
Data de vencimento: 18 de dezembro de 2012

04/12/2008

()PreSentimento 64. Amor pelosprodutos ou pelos consumidores?

Data do presentimento: 4 de dezembro de 2007
No livro Lovemarks de Kevin Roberts - sobre a relação afetiva com a brand - é mostrada uma grande mistificação: estão querendo que nós acreditemos que as brands mais cultuadas nascem do amor pelos os consumidores, ou envolvendo as comunidades reunidas em volta deles. Querem que nós acreditemos que Luciano Benetton, Michele Ferrero (Nutella,Rocher,TicTac), ou Lorenzo Fluxá (criador dos sapatos Camper) e muitos outros empresarios geniais teriam inventado e lançado suas firmas movidos pelo amor ao consumidor! Isto é simplesmente falso e lendo nas entrelinhas das suas entervistas - publicadas no mesmo livro - dá para perceber muito bem: é verdade, fala-se de amor e paixão, mas transparece claramente que o objeto deste amor é o proprio produto, o saber fazer, a capacidade de imaginar uma vida do produto além dos desejos dos consumidores, que nos tempos do seu inicio eram de certo bem diferentes! A Nutella nunca teria nascido se se pensasse nos consumidores, assim como os sapatos Camper ou os moletons coloridos da Benetton. Aquilo que emerge destes casos é de fato o talento, a criatividade aplicada, a capacidade de olhar além do consumidor, para alimentar o sonho de um futuro para um produto que ainda não existe, menos ainda na mente dos consumidores; assim como nos casos da Apple ou da Virgin. Os vedadeiros emprendedores - como Steve Jobs ou Richard Branson - estão apaixonados por uma ideia, por um sonho inovativo: as pessoas e os consumidores vem em um segundo momento.
O presentimento é que continuará assim no futuro proximo também. Outra coisa é a capacidade de reunir comunidades, consenso, paixão e entusiasmo em volta do produto ou do serviço criado com tamanho talento visionario: neste ponto os anglo-saxões são excelentes, enquanto nós italianos muito menos....
Data de vencimento: 4 de dezembro de 2009

25/11/2008

()PreVisão 62. A paciencia como investimento feliz

Data da previsão: 25 de novembro de 2003
"Para o sociologo normal, ele mesmo é o detentor da verdade sobre as pessoas. As pessoas são necessariamente inconcientes, se enganam. É verdade que as pessoas se enganam, mas os sociologos também! E si as pessoas se enganam, tem contemporaneamente uma experiencia de vida, e isso é muito importante. Muitas experiencias da vida me emocionaram. Uma das tendencias da sociologia moderna, chamada de etnometodologia, faz exatamente aquilo que eu então fazia espontaneamente, reconhecendo de um lado que as pessoas sobre as quais realizamos as pesquisas não são somente objetos para ser catalogados, mas são uma experiencia de vida que os sociologos precisam utilizar, realizando por outro lado uma pesquisa sobre sua propria pesquisa."
de Dialogo com Edgar Morin por Francesco Morace
Data de vencimento: 25 de novembro de 2008

10/11/2008

()PreVisão 56. Esteticas como facilitadores relacionais

Data da previsão: 10 de novembro de 2003
" Afastando-se da categoria da expressão, as Esteticas Italianas tornam-se modelo de atração experiencial, na categoria do sentir. Até a dificil dinamica com a cultura americana pode ser enfrentada e resolvida por meio do potencial estetico da cultura italiana. Neste modo muda o ponto de responsabilidade do artista e do criatico, que não se limitam a produzir a obra, mas podem criar as condições de uma relação nova com o mundo e com o outro. Isso já aconteceu na Grecia antiga e no imperio romano, assim como na Florença renascimental ou na Veneza do Setecento. Os designer e estilistas - a começar dos anos '60, por meio de uma aliança com empresarios iluminados - reavivaram este jardim de encontros, sem ter consciencia disso: o que precisa hoje nesta dinamica é reforçar sua conscientização. Ou seja transformar as Esteticas Italianas em poderosos facilitadores relacionais, em pontos de contato com o mundo não somente comercial, mas cultural e politico também. Os encontros fecundos que estão se produzindo nestes ultimos anos no programa do Salão do Movel de Milano, ou nas semanas da Bienal de Arte e Arquitetura de Venezia, no Festival da Literatura de Mantova (muito menos nas Jornadas da Moda), com a criação de laboratorios a ceu aberto nos quais as pessoas se encontram para debates, reflexões e confrontos de maneira aberta e interdisciplinar, não devem ser episodios isolados de uma produção cultural limitada e especialistica, e sim o exemplo mais direto e vital que tudo isso é possivel e necessario, por meio do envolvimento paralelo de instituções e empresas, escolas e centros de pesquisa, consorcios e associações, que somente através deste espirito experimental, e envolvendo os corpos intermedios da sociedade italiana, poderá continuar a enfrentar o desafio pa produção permanente de Esteticas Italianas, que possam permanecer á altura de sua fama, e do seu papel de pacificador no mundo." da Estetiche Italiane
Data de vencimento: 10 de novembro de 2008

04/11/2008

PreSentimento 48. Blink. Uma nova inteligencia

Aqui está um presentimento do ano passado que vence daqui a um ano, mas já está bem quente agora mesmo: a crise economica com certeza está acelerando o fenomeno do low cost em todos os setores: mas o que interessa é entender que trata-se de uma nova forma de inteligencia, não somente de fazer economia...
Data do presentimento: 4 de novembro de 2007
O assunto da velocidade e da fascinação instantanea que os torpedos(muito em moda entre os jovens na Italia n.d.tr.) trouxeram de maneira universal, se constitue em um elemento decisivo na evolução da cultura da escolha e do consumo, mostrando as novas direções para aquela categoria que durante muito tempo se definiu como "compra por impulso". Nesta perspectiva a gratificação imediata é diretamente proporcional ao preço acessivel, que torna desejavel um produto ou um serviço frequentemente pertencente ao grupo do basic criativo. Under and Tenner é o titulo de uma exposição montada algum tempo atrás no Design Museum de Londres sobre o tema: "O que é o bom design? Sedução? Diversão? Conveniencia?. 14 personalidades, entre eles Ron Arad e os irmãos Campana, selecionaram alguns objetos que não custam mais que 10 libras e que marcaram o mundo do consumo, dos chinelos brasileiros Havaianas á mitica esferografica. O fascinio destes objetos é neste caso o resultado imediato de sua simplicidade e prontidão de uso. Neste horizonte se colocaram nos ultimos anos os serviços também (não somente os last minute, mas também os first hour (ofertas da primeira hora) veiculados na Internet , que literalmente revolucionaram o setor de viagens (Ryan Air) ou dos serviços financeiros (ING). A ideia last minute se completa com o conceito first hour, que marca sua evolução, porque enfatiza mais, além do fator do negocio vantajoso, a possibilidade de conquistar e fascinar o consumidor "na primeira tacada".
O presentimento é que nos proximos anos esta será a logica vencedora que as empresas e as pessoas também terão que adotar. Estes serão as novas compras por impulso, sempre menos ligadas á extravagancia , e sempre mais motivadas por uma nova inteligencia, que é tipica do mundo web também: escolhas que se realizam rapidamente, sem processos articulados de raciocinio, sem ulteriores reflexões, assim como relata o livro Blink:the power of thinking without thinking (Piscada de olho: o poder do pensar sem pensar).
Data de vencimento: 4 de novembro de 2009

26/10/2008

PreVisão 49. O luxo do futuro é a realidade

Data da previsão: 26 de outubro de 2007.
"O luxo do futuro é a realidade. Isto é a possibilidade de viver, apalpar com nossas mãos, gozar a vida real. Através novas formas de autenticidade. É sobre isto que se medem as verdadeiras tendencias. Nestas direções se orienta a qualidade da vida e as expectativas dos consumidores, em uma perspectiva neo-iluminista, que como explica Todorov no livro O espirito do iluminismo propõe os valores da verdade, humanidade, autonomia, laicidade, universalidade. Nos ultimos anos foram estudadas, propostas e vendidas inumeras tendencias. Com uma velocidade e, as vezes, uma superficialidade desarmante. Na moda e no design. No marketing e na comunicação. A apoteose do trend. Um trend para cada um. One to one. Entramos todos nós em um mundo personalizado de grandes tristezas. Personalizamos a solidão, e perdemos o contato com a realidade. Não queremos deixar-nos fugir a realidade: o verdadeiro luxo do futuro. Precisamos recomeçar pelas experiencias singulas, pessoais, reais. Não mais a unicidade meio extravagante que isola e que divide, não mais as tribos juvenis de Ted Polemus que existiram somente em Londres e durante o espaço de uma manhã, mas a unicidade para condividir como riqueza do conjunto. Nas praças, nas ruas e nas cidades do mundo todo"
de Real Fashion Trends
Data de vencimento: 26 de outubro de 2008

23/10/2008

PreSentimento 45. O nihilismo e os jovens

Data do presentimento: 23 de outubro de 2007
O titulo deste post toma emprestado o subtitulo do belissimo livro de Umberto Galimberti L'ospite inquietante, que precisava ser distribuido a todos os pais e professores italianos que se preocupam da saude psichica dos jovens. Em primeiro lugar mostrando a diferença entre educação e instrução: muitas vezes se cogita que é preciso instruir os adolescentes quando o problema principal é acompanha-los na sua educação sentimental, os ajudando a construir uma solida estrutura emotiva na qual equilibrar o desejo de ser amados e a necessidade de ser reconhecidos como protagonistas ativos no mundo. Uma tarefa dificilima para adultos por sua vez estressados, frustrados, sem tempo e energia, e que muitas vezes exauriram qualquer sentido do desafio. Pais complacentes e protetivos demais, professores desorientados e com crise de identidade: parece que os adolescentes precisem encontrar em si mesmos os recursos para reagir, talvez, como aconselha Galimberti, adquirindo as caracteristicas do viajante, ou seja abrindo-se para a aventura do mundo através das viajens de formação, como sugere a belissima resenha organizada em Napolis nestes dias com o titulo O viajar infinito.
Temos repetido muitas vezes que a educação continua sendo a verdadeira utopia do futuro, e aqui fica o presentimento que serão precisos pelo menos 8 ano, somente para enquadrar o problema.
Data de vencimento: 23 de outubro de 2015

20/10/2008

Proposta 5. Fotografar o amor e o odio ao Sul

22 de agosto 2008
O bom livro L'impresa forte. Un manifesto per le piccole imprese (A empresa forte. Manifesto para as pequenas empresas). de Paolo Preti e Marina Puricelli, ambos professores na Bocconi e portanto acreditados a interpretar o modelo de business para pequenas e medias empresas italianas, sustenta aquilo que tantas vezes foi repetido neste blog. O sistema Italia como Pais não está em declino. Ao contrario possui "um sistema operativo" baseado em valores e competencias que dificilmente poderão ser replicados ou reproduzidos em outros lugares e portanto pode contar com uma vantagem competitiva não imaginavel apenas alguns anos atrás.
Está certo, até agora o desenvolvimento foi relativo e insuficiente, e o jogo , ainda que aberto e no começo, não está absolutamente ganho. Para contrastar o desafio da globalização precisará equiparse e em particular reforçar tres dimensões, indicadas no livro com clareza: cultura, competencia, educação. Isto tem que acontecer não somente ao Norte ou Nordeste (da Italia,n.d.tr), mas também ao Sul onde algumas semanas atráz participei de uma reunião dos Jovens Empresarios da Confindustria( federação da industria italiana n.d.tr) na Calabria com o emblematico titulo: la bellezza salverá il Mezzogiorno? (a beleza salvará o Sul da Italia?). A respostaé não, se não se criam as condições para pode-la reconhecer, regenerar, relançar. O slogan da reunião também We love Sud é bonito mas não é suficiente, como o artigo de La Capria no Corriere dedicado á outra face de Napoli. Não é suficiente rapazes, sinto muito. O extraordinario patrimonio de beleza do Mezzogiorno d'Italia tem que ser virado ao avesso como uma luva, adotando as chaves da cultura, da competencia, da educação. A começar pelas escolas e pelas familias, os bares e as praças, além dos tribunais e empresas. Aquilo que escutei e as pessoas que encontrei, a começar pelos jovens empresarios que se opuseram corajosamente á 'ndragheta(mafia calabresa n.d.tr), deixam boas esperancas, propondo o slogan We love Sud.
A proposta portanto é de construir sobre este slogan uma atividade articulada que comece contando porque amamos o Sul, e ao contrario quais são as coisas que odiamos do Sul. Enviando fotos e cronicas. Fotografando-as e enviando as fotos para este blog que as ordenará e publicará. E então talvéz possamos recomeçar a raciocinar. A proposta é de começar a produzir novas cronicas acima do Sul, mais em linha com as direções da mudança global em andamento.
( veja as propostas anteriores na categoria: terceiro renascimento)

16/10/2008

Proposta 4. Inserir os 3 Brunos nos programas escolares

15 de agosto de 2008
Para uma sociedade orientada ao Terceiro Renascimento é necessario iniciar pela educação das crianças desde a mais tenra idade. Em especial torna-se estrategico e iluminante elaborar novas praticas educativas capazes de canalizar a excepcional fantasia e capacidade de imaginação das crianças, combinando-as com a plasticidade mnemonica e o potencial de aprendizagem que o cerebro tem nos primeiros anos de vida. Para este objetivo são interessantes dois livros saidos ultimamente na colecção Adelphi, ambos tratando do imaginario infantil.
O primeiro de uma jovem autora italiana - Letizia Muratori - La casa madre, com dois contos onde os protagonistas - uma menina e um menino de 7 anos - desenvolvem seu potencial imaginativo, a primeira abraçando o mundo das bonecas Cabbage - um best seller dos anos '80 - e o segundo recriando um mundo Fantasy com espadas luminosas e cavaleiros do Apocalipse, transfigurando assim a desolação da exploração da prostituição feminina em um mundo de fadas e aventuras extraordinarias.
O segundo de um autor americano - Peter Cameron - que em uma serie de curtos contos com o titulo Medo da matematica descreve a capacidade de reação emocional de um mundo infantil que reclama por um afeto familiar que muitas vezes está absente em um mundo obcecado pelas performances do consumo. O menino que recusa-se a falar desde quando os paes se separaram torna-se o pequeno heroi deste mundo que tem a dificuldade de redescobrir as qualidades simples da afetividade. A proposta portanto é de decidir uma nova aliança entre escola e familia, definindo alguns valores basicos para ser transferidos ás crianças, estimulando suas capacidades imaginativas. Iniciar a ler e a ensinar na escola os jogos e os livros de Bruno Munari (e ......) e comentar junto os filmes de Bruno Bozzetto . Os dois grandes Brunos que descobriram o Renascimento do jogo tem que entrar obrigatoriamente nos programas escolasticos. Junto ao pensamento de Giordano Bruno.
(veja as propostas anteriores na categoria: terceiro renascimento)

14/10/2008

PreVisão 43. Nobel e cotas rosa

Data da previsão: 14 de outubro de 2007
O Nobel a Doris Lessing assinala contemporaneamente uma dupla verdade: o reconhecimento da centralidade feminina na definição dos valores emergentes na sociedade do futuro (cuidado, intuição, inteligencia relacional, recusa dos esquematismos) e ao mesmo tempo a culpa pelo atrazo em reconhece-la. Faz vinte anos que a Lessing com sua extraordinaria obra está em odor de Nobel , que chega a ela na idade veneranda de 88 anos.
Em todo caso tomamos a ocasião para reafirmar- uma vez mais- a importancia de uma sensibilidade que nasce das coisas da vida, das dores e dos prazeres reais, tangiveis, combinada com uma capacidade de lançar visões no futuro como a Lessing sempre fez nas suas obras, conseguindo antecipar todos os temas que marcaram estes anos: influencia feminina além do feminismo, relações entre as diversidades, formas de controle social e intimidade. Sua poetica é definida nas palavras de abertura do seu ultimo livro: "as conversas trazem fofocas, mas ainda mais geram canções".
No atual contexto as cotas rosa parecem o unica maneira de fazer frente a este lamentavel atrazo, pelo menos na Italia.
A previsão é que nos proximos 5 anos vai ser uma pratica difusa e aceitada.
Data de vencimento: 14 de outubro de 2012.

12/10/2008

PreSentimento 39. O destino dos novos casais

Data do presentimento: 12 de outubro de 2007
A sensibilidade do Duality Matching diz respeito a uma nova maneira de perceber o casal, como se evidencia pelo verbo que significa combinar, " pôr junto" duas identidades diversas, criando uma ligação de afinidade e relação. Um novo conceito de casal emerge desta redefinição dos vinculos institucionais e de exigencias sentimentais e afetivas. Na relação de intimidade entre dois individuos se forma , de um lado, a condição para uma demarcação de limites entre si e o mundo, como demonstra o titulo do livro de imagens do celebre fotografo Helmut Newton: Us and Them. O casal se torna neste modo o ponto de novas maneiras de expressão criativa, desde a compra para ambos de objetos e peças de vestuario parecidas , a expressões mais artisticas, como aquela do fotografo espanhol que decorou as paredes do seu novo restaurante com o retrato da mulher. Por outro lado, experimenta-se um criterio de afinidade mais interior na base da sintonia, ou seja de um modo de sentirse em comunhão, e neste caso o conceito de casal se alarga até incluir parentes e amigos. Em todo caso o elemento novo do duality matching é uma maior liberdade na busca por semelhança , que não se manifesta muito mais , no plano estetico, na troca de peças de vestuario ou na busca por semelhança fisica entre homem e mulher, como acontecia alguns anos atrás, quanto mais na possibilidade de "fazer" coisas junto, de manifestar, através de costumes e comportamentos, um sentimento de comunhão em frente ao mundo.
O presentimento sinaliza portanto um destino do casal que , além da esteril polemica sobre os Dico (sigla para: Direitos e deveres das pessoas estavelmente conviventes n.d.t.), deverá ampliar-se nos proximos 7 anos no tema do projeto de vida, sempre mais consciente nas estrategias afetivas de cada um.
Data de vencimento: 12 de outubro de 2014