08/01/2009

PreVisão 86. Uma Gioconda para todos

Data da previsão: 8 de janeiro de 2008
A volta da ironia e do bom senso poderia começar hoje pela estrategia do sorriso. Aquele sorriso que nos pertence e que propõe a ambivalencia e a sabedoria popular de um olhar sobre o mundo, que não pode ser distante como o dos ingleses, mas pode acolher os valores saudaveis daquela pietas que foi justamente criada no mundo latino. A pietas que passa pela sensibilidade catolica, longe da frieza e do rigor da cultura protestante. Uma estrategia do sorriso que se encarna na pintura mais famosa e admirada do mundo; a Gioconda que propõe um olhar universal e obliquo, ao qual porém não é possivel subtrair-se: continua a olhar o observador de qualquer ponto ele esteja. Um olhar que não encara de frente e diretamente demais, mas respeita e reflete a complexidade do mundo, com infinita comprensão, e que sugere uma distancia que não se confunde com o cinismo, bem ao contrario. È isso, a ironia e o humor poderiam tornar-se na Italia estrategias felizes na sombra deste sorriso, redescobrindo uma tradição que no nosso país atravessou os milenios. O sorriso pode deste modo se conciliar com a pleneza da vida, sem esteriliza-la como as vezes acontece nos paises anglo-saxões onde a ironia ás vezes se transforma em desprezo. O caminho mediterraneo ao o sorriso poderia, ao contrario, valorizar aquela criatividade cotidiana que vai do sorriso da criança ao da mãe, a energia do artista de rua e a simpatia do vendedor. Aceitar e valorizar os prazeres da vida, pensando que sejam unicos e oferecidos pela sorte. Trata-se de praticar "a ironia da sorte": e aqui os mestres são os napoletanos, conforme o grande ensinamento que Raffaele La Capria descreve em L'armonia perduta introduzindo a "napoletanitá"; que não tem nada a ver com a "napoletaneria" que é o lado mais ruim do temperamento partenopeo, esta ultima descrita impiedosamente por Giorgio Bocca no seu ultimo livro Napoli somos nós . "Napoletanitá" é a capacidade de"observação participativa" entre Miseria e Nobreza, com uma inteligencia dirigida a valorizar o lado humano da ironia, o lado gostoso do humorismo. Uma "napoletanitá dell' anima", da alma, como mostra o grande teatro de Eduardo De Filippo, as espressões pasmas de Troisi, e da poetica do poema "a livella" escrito e interpretado pelo grande "Totò", o Principe de Curtis: que nos mostra como o fim é egual para todos.
Uma previsão de sabedoria portanto podemos arrisca-la.
data de vencimento: 8 de janeiro de 2012

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