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12/07/2009

PreVisão 171. A diferença entre estilo de vida e estilo de pensamento.

Data da previsão:12 de julho de 2000

"No terreno da reflexão sociologica torna-se portanto mais interessante raciocinar sobre o conceito de mindstyle (estilo de pensamento) do que de lifestyle (estilo de vida), enfatizando as caracteristicas que marcam esta diferencia: a imaterialidade e a fluidez do pensamento confrontada com uma vida material ordenada segundo categorias esteticas e estilisticas. Neste aspecto nos anos Oitenta e Noventa falava-se no setor da moda de "ilhas de estilo", ao passo que hoje preferimos falar em redes relacionais ou fluxos perceptivos. A rede não propõe simplesmente uma multiplicidade de estilos, mas sim uma redefinição radical do pensamento, a começar pelas suas qualidades eticas e esteticas, antes mesmo que estilisticas: o proprio conceito de estilo periga "afogar" na rede, se não for sustentado pela definição de conceitos vitais, que se alimentam de paixões individuais. È nesta delicada passagem que o stilo perde sua força de atração preventiva, deixando espaço para a sensibilidade pessoal e coletiva, que no processo vital e no metabolismo qualitativo produz suas proprias linguagens e suas proprias esteticas. Nos ultimos vinte anos o estilo tem sido um forte catalizador de identidade, um aproximador comunicativo e existencial; na atual fase seu papel parece ter mudado e sua função invertida: de causa para efeito. Não são mais a aquisição e a defesa de um estilo a constituir e sustenta a identidade do sujeito avançado, mas o trabalho existencial dos valores e das experiencias no planp relacional aberto à exploração de novas sensibilidades. O estilo de vida é prescriptivo, o estilo de pensamento è explorativo."
de PreVisões e preSentimentos. Estilos de pensamento para um futuro já presente.
Data de vencimento: 12 de julho de 2008

11/07/2009

PreVisão 170. Os sapatos são um patrimonio para os artistas/artesãos

Um ano apòs esta previsão, e com uma aceleração que supera a fantasia, as cidades italianas encheram-se de costureiras e reparadores que usam seu talento na “manutenção”. Um dos efeitos mais agradaveis da crise, pelo menos no aspecto da sustentabilidade....

Data da previsão: 11 de julho de 2008.
Fala-se muito na crise dos consumos. As promoções iniciadas nestes dias em muitas cidades italianas apresentam um resultado paradoxal: aqueles que compram mais são os turistas estrangeiros. Assim como acontece nas boutiques de moda e também nos outlets, assaltados por ônibus de russos e europeus do leste, que vivem nosso pais como o pais da beleza. Assim também acontece com os muitos asiáticos que chegam em Milano a trabalho ou em grupos: sempre a procura de ofertas. Os italianos , ao contrario, re-aprendem a arte da manutenção e da poupança, e isso no fim das contas não vai ser ruim, com o bom grado dos comerciantes , que de quebra vão precisar aprender as línguas estrangeiras. E novamente vou lembrar mais um costume que De Crescenzo relata no seu livro Il caffè sospeso que citei no post de ontem. O autor narra que “...em Napoli os sapatos não são um produto de consumo, mas sim um produto patrimonial. Quero dizer que na minha cidade um par de sapatos fica sendo usado até as suas extremas capacidades de sobrevida. Uma sola furada, uma arranhadura no couro representam somente imprevistos temporarios na vida de um sapato napolitano. Cuidado com amor, lustrado com atenção, armazenado nas estações improprias com um bom enchimento de papel de jornal, o sapato hiberna feliz por ser reutilizado no próximo ano. Não á de ser a moda a destruir um relacionamento afetuoso, até intimo, entre o dono e o sapato.”
E aqui está o ponto: os ciclos da moda e do consumo estão começando a ser questionados por consumidores sempre mais despertos e propensos a construir relacionamentos afetivos de longa duração com objetos e produtos . Não podemos falar somente em crise, mas comprender os contornos desta transição que estamos vivendo e da qual não vamos voltar atràs a não ser ocasionalmente para alguns produtos inovativos que podem mudar nossa vida.
E portanto a previsão è que os artesãos, os recuperadores, os especialistas no conserto de produtos vão estourar e progredir , ao lado dos comerciantes -vendedores.
Data de vencimento: 11 de julho de 2011

20/10/2008

PreSentimento 42. Esculturas e saltos altos

Data do presentimento: 20 de outubro de 2007
O sapato já tem conquistado nestes ultimos anos o papel de objeto-fetiche, em que as pessoas reencontram o gosto pela identificação ou pela provocação. A moda abandona a exigencia de lançar estilos omologados e omologantes e brinca com os acessorios do ego, a cada um o seu: o sapato torna-se assim a porta da identidade. O Manolo Blanhik de Sex & City fez escola. Nesta perspectiva o salto torna-se, em especial no caso de uma simples sandalia ou uma bota, o protagonista absoluto: metal, madeira, poliuretano expandido e pvc também, sozinhos ou combinados entre si, produzem verdadeiros saltos-escultura. Nota 10 para os fusiformes e sinuosos: o salto-carretel se alonga em salto alto; o salto-virgula fica maior; a sola se alonga e se encurva debaixo do talão até tornarse um salto amplo e achatado. Verdadeira obra de arte. O salto pode ser aplicado ou parte integrante da sola, tornando-se um verdadeiro objeto de design. Todos os grandes estilistas - dos mais classicos aos mais transgressivos - tem exercitado sua fantasia e o presentimento indica um futuro daqui a 7 anos em que o estilo pessoal se definirá exclusivamente pelo sapato, ou pelo menos pelos acessorios, ao passo que o vestuario vai ficar para todos proximo a um mix harmonico de classico-casual-basic. Para os homens também a sola e o salto podem ser elementos que dão aos calçados uma serie de qualidades distintivas: um exemplo para todos é o anfibio-chinelo em que, por conta de uns simples ganchos, um acessorio basic, comumente tido como pesado e duro, torna-se um calçado macio para usar em casa.
Data de vencimento: 20 de outubro de 2014

06/10/2008

PreVisão 37. Estilistas iluministas

Data da previsão: 5 de outubro de 2007
" Os estilistas italianos e franceses perigam tornar-se, contra vontade, os novos paladinos do iluminismo europeu. Pois a Republica Islamica do Iran tem acusado as grifes de moda de propagar " culturas estrangeiras" e o Sionismo. Nos ultimos meses por exemplo Benetton - que no nosso mundo ocidental não é exatamente uma grife - se transformou em uma marca de referencia para os jovens iranianos que lidam com as rigidas regras de costume que seu governo continua a impor. A visão United Colors volta assim a ser atual sem querer, regenerando-se nos lugares e nos mercados que ainda não cobriu, revigorando a visão etica que sempre caracterizou esta empresa , e que levou á criação da revista Colors e da escola de criatividade Fabrica. A realidade e a complexidade dos conflitos religiosos e dos cruzamentos culturais avança acima das intenções e programas empresariais. Nestes tempos deficeis e turbulentos as pessoas estão na frente e mais sensiveis dos managers e empresarios, e fazem proprios os simbolos da sua emancipação. Se a este caso acrescentamos o das grifes Dolce&Gabbana, Dior e Luis Vuitton, que se tornaram presenças não desejadas por serem reus de uma "nefasta influencia " sobre a juventude local, é facil comprender que a verdadeira revolução - como sempre acontece - tem seu ponto de partida na evolução estetica e do gosto, passando a minar de baixo os valores pre-modernos impostos tragicamente nestas sociedades. Nem a guerra vai adiantar: vestuario e acessorios poderão nos proximos 10 anos fazer o milagre."
Data de vencimento: 5 de outubro de 2017