26/12/2008

PreVisão 80. Natal como paraiso parcial

Esta previsão vence hoje e deixo a vocés a avaliação sobre a firmeza do setor do "cuidado" nesta hora de crise total.

Data da previsão: 26 de dezembro de 2007
O Natal e as ferias são o momento em que o ocio de "pai de todos os vicios" se transforma em obrigação social. Durante muitos anos as pessoas programaram suas ferias natalinas na base dos orientamentos e modas indicadas pelo sistema mediatico. Viagem de aventura ou segunda moradia nos lugares "certos" para se sentir ao passo com os estilos de vida mais avançados. Roteiros e companhias eram estudados com muita atenção, nada ficando para o acaso: nem o menu da ceia ou o lugar do Reveillon. Na hora da volta ao trabalho a gente ficava aliviada quando tudo tinha se passado conforme o figurino. Nossa respeitabilidade estava salva! Hoje, ao contrario, o tempo livre torna-se sempre mais frequentemente um tempo realmente "libertado". Libertado não somente do trabalho, mas também e sobretudo das preocupações "sociais" e de conformismos excessivos. O ocio se torna um tempo e um lugar realmente para si proprio, para o convivio familiar, para os "amigos verdadeiros", para dar espaço aos nossos hobby e e gostos. Até que enfim um ocio feliz, como Domenico De Masi teoriza a muito tempo. Nas festas de Natal, assim como nos fim de semana procuramos enfim construir "ilhas felizes", interpretar tempos e lugares abandonando o estress cotidiano e a routine urbana. Sabemos que estes momentos serão curtos, por isso procuramos goza-los até o findo. Esta interpretação do ocio como "paraiso parcial" nos permite um salto dimensional, uma experiencia realmente unica e memoravel, radicalmente oposta ao status e às regras da mundanidade. Se explica assim o sucesso dos Spa, dos centros de benestar nos quais o ocio torna-se cura e cuidado com o corpo, e atenção à saude; nesta nossa previsão estamos completamente opostos à interpretação de Cazzullo no seu livro Outlet Italia, onde os fenomenos atuais são lidos ao contrario; a necessidade de cuidar do proprio corpo, que Cazzullo ironiza com arrogancia, é ao contrario o sinal que os individuos estão voltando à razão e aprendem a curtir a vida além dos diktats mediaticos.
Data de vencimento: 26 de dezembro de 2008

Nenhum comentário: