31/10/2008

Proposta 14. Fenomenologia da felicidade

Data da proposta: 24 de outubro de 2008
Para introduzir o tema do futuro que está a nossa espera, é importante nesta proposta refletir sobre a outra face do medo, ou seja sobre o desafio cotidiano da felicidade. Vamos refletir sobre este modelo, que reune os mais interessantes resultados extraidos de uma pesquisa internacional dedicada á nova concepção da felicidade pessoal, realizada pelo Future Concept Lab em 8 paises (Alemanha,Espanha, Finlandia, França, Inglaterra, Italia, Olanda, Russia), e que vai estender-se nos proximos anos aos Usa, America latina e aos principais paises asiaticos.

O PASSADO. O FUTURO
A felicidade que divide. A felicidade que une.
A dadiva da felicidade a poucos favorecidos. A felicidade do doar, acessivel a todos. A felicidade como apropriação, acquisição. A felicidade como troca, condivisão.
Etica da felicidade individual. Felicidade na etica pessoal.
A felicidade do consumo, que pode-se perder. O consumo feliz, que perdura.
O conto da felicidade, através da ostentação. A felicidade do conto, através da imaginação.
A felicidade projetada no futuro e na tecnologia. O futuro e a tecnologia, reconduzidos á uma vida feliz.
Felicidade a ser defendida, que cria ansiedade e medo. Felicidade a ser condividida, que cria serenidade.
Felicidade como "efeito especial". Felicidade como afeto "especial".

A hipotese de base que fica confirmada pelos resultados da pesquisa, realizada com metodologia etno-antropologica e a anotação cotidiana de diarios da felicidade, concerne a mudança no proprio modelo de experiencia feliz, e a maneira como esta é percebida: menos ligada ao possuir e aquisir bens materiais, que temos medo de perder, e mais proxima á uma capacidade de regozijar junto, que afasta o medo antes mesmo dele nascer. De fato a Italia demonstra uma grande vocação e um talento em manifestar este tipo de felicidade, que tem a valia de ser universal também, e inscrito em um horizonte inter-geracional que re-aproxima os adolescentes aos adultos, a idade jovem á idade madura. Uma felicidade não-economica e muito emotiva, sensorial, que todos os entrevistados demostram apreciar, inclusive porque afasta o medo. Este foi o assunto debatido durante tres dias na convenção internacional organizada pelo Centro Pio Manzú em Rimini, ouvindo relatores do calibre de um Antony Giddens e Serge Latouche.
E este é justamente o cerne da proposta: vamos aprender a condividir de todas as formas nossos pequenos e grandes momentos de felicidade. A alguns anos a felicidade era privativa, alcançava-se a sós, e era comparativa: sou mais feliz que os outros em volta de mim? Hoje a felicidade, embora a alcancemos pessoalmente, precisa ser comunicada aos outros, e constituirse em fonte de troca, como um presente. Condividir as proprias experiencias de vida e de consumo vem a ser uma prioridade para um numero crescente de pessoas, correndo atrás da propria felicidade, como muitas vezes lembramos neste blog. A felicidade convivial, para ser consumida em companhia está crescendo entre os jovens, criando e reforçando os relacionamentos: a comida neste sentido volta a ser fundamental, em especial na Italia. O melhor antidoto contra o medo.
( veja as propostas anteriores na categoria: terceiro renascimento)

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