31/10/2008

Proposta 13. O que a crise nos ensina

Data da proposta: 17 de outubro de 2008
O imaginario da crise economica que nestes dias tem reforçado sua presença mediatica eliminando qualquer outra preocupação, merece alguma reflexão e pensamento resolutivo.
1) A crise atual demonstra a crise definitiva de um modelo de desenvolvimento que já era evidente a alguns anos. O fim de um mundo porém , não é o fim do mundo. De uma epoca de mudanças nasce hoje uma mudança de epoca, como repetimos varias vezes neste blog. O rei está definitivamente nu.
2) Os valores que emergem (sustentabilidade ambiental, centralidade do humano, criatividade cotidiana, direitos individuais) precisam se transformar em virtudes, em uma luta em que o individuo precisa conquistar para si o direito de ser o autor, o sujeito da sua propria existencia: a possibilidade de construir sua vida individual, com sua especifica diferença em relação a todas as outras e sua capacidade de dar um sentido geral a cada evento particular.
3) Revalorizar as qualidades tangiveis, cujo conteudo a finança selvagem tinha esvaziado.
4) Revalorizar o longo prazo, uma logica engolida pela visão do curto prazo que tem dominado nas decisões das multinacionais e na avaliação dos objetivos trimestrais, e que tem migrado para o credito ao consumo e o uso patologico da carta de credito.
5) Tudo aquilo que emerge do desmoronamento do neo-liberismo e do economicismo precisa de qualquer forma ser orientado na direção de uma sociologia da subjetividade. A economia não sobrevive sem uma visão social renovada. O sujeito é sempre individual, mesmo quando se envolve na ação coletiva, no papel de defensor de um direito universal.
6) Os direitos individuais constituem o eixo desta nova fase descrita por Touraine em A globalização e o fim do social.
7) A fragilidade do eu depois do occaso dos Grandes Contos, encontra a possibilidade de um grande conto dele proprio a reconhecer a existencia individual e singular. Esta possibilidade se torna concreta pela revolução da Rede, com os blogs e social networks, em que o individuo participante torna-se um protagonista.
8) O sujeito se esforçará para criar instituições e regras de direito capazes de sustentar sua liberdade e criatividade, utilizando estas instituições e associações, sem porém dobrar-se a elas.
9) No Terceiro Renascimento precisará elaborar a imagem e identidade do sujeito-autor, fecundas de virtudes inconcientes, que herdamos do Renascimento Italiano. Aquele que será inevitavelmente o sujeito da historia, e que vem a ser o contrario do sudito ou do consumidor.
10) O emergir do sujeito está ligado ao declinio das grandes narrações mencionado por Jean-François Lyotard, e que vem sendo porém substituidas pelas grandes narrações pessoais que a Rede nos traz. A vida do sujeito pessoal terá a mesma dramaticidade da historia do mundo.
Resumindo, a decima terceira proposta é recomeçar a partir das mudanças que a crise decretou definitivamente, para plasmar de forma nova nosso horizonte futuro.
( veja as propostas anteriores na categoria: terceiro renascimento)

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