30/10/2008

Proposta 12. Nós não temos medo

Data da proposta: 10 de outubro 2008
Enfrentamos já varias vezes este tema neste blog mas desta vez a contrubuição vem de David Lyon, sociologo frances que recentemente participou do festival do direito de Piacenza.
Lyon esclarece que o medo e a insegurança são um produto daquelas mesmas tecnologias que deveriam combate-los, por conta de uma especie de paradoxo perverso. Mais camaras filmadoras não te fazem sentir mais seguro, ao contrario aumentam a ansiedade e a suspeita. Maiores contatos telefonicos com nossos familiares não oferecem tranquilidade e sim criam um estado de tensão permanente. Sobre este aspecto reportamos um trecho do discurso di Lyon que não deixa duvidas: "Certezas e relacionamentos sociais desmoronaram, vivemos na era da suspeita. Um tempo tinha importancia quem vocé era e aquilo que vocé sabia fazer, hoje a regra é: " o que nos sabemos de vocé?". Como nunca se sabe o suficiente, a ansiedade cresce"
A decima segunda proposta se refere portanto a uma primeira necessidade, a de reconquistar a coragem de viver, afirmando: Nos não temos medo. E ainda. Nos não temos medo de não encontrar um emprego. Nos não temos medo de perder o emprego. Nos não temos medo de viajar pelo mundo. Nos não temos medo de ter coragem. Nos não temos medo de sair aos 20 anos da casa dos paes. Nos não temos medo de sonhar o futuro. Nos não temos medo de ser agredidos por um imigrante. Nos não temos medo de denunciar quem nos agrediu, qualquer ele seja. Nos não temos medo de ficar entediados. Nos não temos medo de ter uma opinião. Nos não temos medo de argumentar com quem tem uma opinião diferente da nossa. Nos não temos medo de não ser suficientemente importantes. Nos não temos medo de quem é racista porque é natural para ele. E assim poderiamos continuar e até criar uma nova colecção de camisetas....
( veja as propostas anteriores na categoria: terceiro renascimento)

PreSentimento 47. A revanche do cerebro arcaico.

A um ano de distancia deste presentimento, a marcha triunfal de Obama parece confirmar a relevancia da ultima frase, a respeito de carisma natural.....

Data do presentimento: 30 de outubro de 2007
A Africa negra representa sob muitos aspectos o antidoto radical á experiencia americana. Aqui tem o espetaculo mediatico , ao passo que lá tem a tradição oral, nesta tem o hipermercado gigante repetido sempre igual ignorando a diversidade do territorio, naquela tem o micro-mercado que plasma a aldeia toda: a linha americana é engolida pela curva africana, a demarcação do espaço corporeo encontra aqui a promiscuidade ritual, o final feliz se dissolve no sacrificio iniciatico, o algido monoteismo do sucesso é substituido pelo politeismo visceral do fetiche. A lista poderia continuar. Porém, aquilo que mais chama a atenção é o modelo alternativo de felicidade que a Africa ainda hoje parece ter condição de produzir. E que transparece nas caras e nas expressões das crianças que a gente encontra ás centenas nas escolas das aldeias. Uma alegria que exprime a plenitude do contato com o que é diferente, através do sorriso admirado por vocé estar ali do lado deles. Acariciando instintivamente os pelos dos seus braços, como muitos fazem, em um reflexo condicionado de abertura ao mundo do outro. Experiencia excitante, supra-sumo de pura felicidade.
O presentimento é que a cultura africana, com seu impulso vital e sua carga ancestral, vai poder reconquistar um papel relevante no corpo integral da sociedade global que nos espera, propondo-se com a centralidade do "cerebro arcaico" que conserva os elementos neurologicos mais primitivos ligados ao instinto e á sobrevivencia, que constituem ainda hoje as zonas do cerebro mais misteriosas e fascinantes. A difusão global das tatuagens, do piercing, do corte de cabelo tribal e de um "corpo ritmico", representam somente um exemplo da nova relevancia desta "africanidade", que emerge também, de maneira mais refinada, da dignidade ancestral e da elegancia natural dos afro-americanos nos USA ou no Brasil.
Data de vencimento: 30 de outubro de 2020.

29/10/2008

PreVisão 51. O feminino puxa e educa

Data da previsão: 29 de outubro de 2007
Temos varias vezes sublinhado como as tendencias de vida e de consumo emergentes propõem uma continua valorização de qualidades e comportamentos que saem da esfera do feminino para se tornar catalizadores universais: o cuidado, a qualidade das relações, a capacidade de administrar o cotidiano. Nas ultimas tres decadas a mulher abandonou gradualmente o cliché de mulher do lar , concentrado nos valores de casa e familia, e adquiriu uma nova capacidade de avaliação através da sua propria subjetividade, e isso ao mesmo tempo faz com que ela se torne a grande protagonista das escolhas familiares e do casal. Estas transformações sinalizam uma nova capacidade de expressar experiencias no feminino, que já está reconhecida no imaginario coletivo, mesmo porque já está claro para todos como as mulheres estão superando numericamente os homens, por exemplo na instrução superior ( na Italia nos ultimos anos tivemos 58% de formaturas femininas contra 42% de masculinas, na França o 55% dos inscritos é mulher, na Alemanha 52%); e o saber feminino, saindo dos muros domesticos para o ambiente de trabalho, está dando origem a uma cultura empresarial baseada na orientação ao relacionamento. Algumas mudanças de papel, como por exemplo as mulheres que operam na area financeira, resultam garantir uma maior seriedade, e as mulheres em cargos politicos de prestigio, historicamente um territorio masculino, mostram uma evolução da figura feminina e de seu papel dentro da sociedade que parece orienta-la a abandonar as caracteristicas mais estereotipadas do seu genero ( a emotividade por exemplo) em prol de uma maior racionalidade e de um equilibrio entre as duas. Este também é um elemento que consolida e explica a grande capacidade de escolha demonstrada pelas novas mulheres, e nos faz prever no proximo quinquenio uma mudança epocal no nosso País também.
Data de vencimento: 29 de outubro de 2012

28/10/2008

PreSentimento 46. O lar como uma caixa de surpresas.

Data do presentimento: 28 de outubro de 2007
O ambiente domestico no futuro será uma caixa cheia de surpresas, em continua alternança entre o material e o imaterial. As qualidades extruturais, fisicas serão proximas ás atuais hoje na arquitetura, com a caracteristica porém de uma fruição mais flexivel e informal do espaço. De fato o paralelismo apropriado para a casa do futuro é o modelo de habitação japonesa, onde os espaços internos são caixas interconectadas de maneira simples, o espaço , no interior, é limitado pelas funções e fins, um conjunto definido somente pelos muros externos, onde os limites internos podem ser tanto tangiveis como intangiveis. Comprender a expressão fisica da casa do futuro significa em primeiro lugar reconhecer de maneira iluminista os progressos da tecnologia, a presença de plataformas digitais, a comunicação entre aquilo que está dentro da casa e o espaço circumstante, sem incorrer porém no costumeiro erro (como nos filmes de ficção cientifica dos anos '60) de imaginar uma mecanização da domesticidade, ou uma presença invasiva da tecnologia. Ao contrario o presentimento é que quanto mais tecnologia, menos a veremos. Pois de fato vai ser valorizada a inteligencia invisivel do poder tecnologico. Evidentemente os habitadores da casa do futuro procurarão proteção e silencio, mas ocasiões de socialização e expressão pessoal também. Seu desejo de exploração será apagado pela tecnologia, e seu desejo de fuga, mental e fisica, do contexto urbano e do stress cotidiano será gratificado pela micro-presença de areas verdes, para um viver cotidiano mais inter-geracional.
Data de vencimento: 25 de outubro de 2015

27/10/2008

PreVisão 50bis. A plataforma emotiva que faltava

()
Data da previsão 50 bis: 27 de outubro de 2008
A manifestação de 25 de outubro se constitue em um divisor de aguas na politica italiana dos ultmos anos, por uma serie de condições externas que se criaram magicamente nestas semanas e que o Partito Democratico precisará saber utilizar nos proximos meses como plataforma emotiva para um relançamento, não somente nas pesquisas, mas também e sobretudo na definição de uma visão e de uma missão. E foi justo a falta de uma plataforma emotiva que dificultou até agora a credibilidade de um projeto lançado ás pressas no ano passado para conter o retorno impetuoso de um Berlusconi de outrora. Estas condições respondem pelos nomes de Obama, Gelmini e Saviano. Tres nomes que nos levam a acontecimentos que Veltroni soube bem evocar e modular no discurso expectacular no Circo Maximo para uma plateia que vibrava de emoçâo. A querelle sobre os numeros não é relevante: o que interessa nestes casos é a tomada geral, o blink, a emoção comprimida e contida na intensidade de 55 minutos vividos num só folego, sem baixas de tensão, com a capacidade de refletir, com uma lucidez e um calor que só é dos grandes oradores e dos grandes discursos que ficam por muito tempo na nossa lembrança. E neste caso cai bem o paralelo com um Obama que se apresenta justamente nestes dias com as credenciais para um triunfo que periga ser arrebatador. Veltroni foi o primeiro leader politico do Ocidente a reconhecer o talento e compartilhar da visão do homem que parece fadado a mudar para sempre os paradigmas da politica americana emundial, que a começar da sua biografia e de um uso inovativo da rede conseguiu na tarefa impossivel de transpor as fronteiras de uma Casa Branca desde sempre realmente só branca e etnicamente traçada: nunca teve um presidente que não fosse wasp, e sempre de origem britanica ou olandesa. Nunca um ispanico, um italo-americano e menos ainda um afro-americano. O Partito Democratico precisará saber endereçar o novo entusiasmo nesta mesma direção, abrindo imediatamente um relacionamento privilegiado com a Nova Casa Branca e o novo curso politico, apresentando uma receita que saiba superar a crisi financeira e esclarecer o fim de um modelo que encontra a direita despreparada e envolvida até os ossos em compromissos de responsabilidade economica e social. Veltroni não
////////////////////////////////////////////////////////////////////
lta fino alla punta dei capelli in termini di responsabilità economica e sociale. Veltroni non ha esitato nell’indicare questa come l’unica strada percorribile.Il secondo nome è quello della Gelmini, diventato in poche settimane il simbolo dell’inadeguatezza, della superficialità, dell’ignoranza e del provincialismo di una compagine nella quale solo Fini (non a caso critico e defilato in questa fase) appare in grado di usare con saggezza la propria preparazione politica e istituzionale. E’ sconcertante che con il decreto sul maestro unico nella scuola elementare (l’unica che funzioni in Italia, con riconoscimenti in tutto il mondo), il gruppo di governo sia andato a toccare il nervo scoperto della propria debolezza: la cultura, l’educazione, la capacità di sviluppare progetti seri su un tema tanto strategico e decisivo sul quale la cultura di centro sinistra ha un vantaggio enorme, checchè ne dica e ne scriva Luca Ricolfi nel suo bel libro sull’innegabile antipatia della sinistra. La superiorità morale e culturale della sinistra è però reale e innegabile; ci sono i numeri a dimostrarlo: la media di libri letti, di eventi culturali frequentati, di progetti sociali avviati sul territorio. Peraltro questa superiorità si è quasi sempre trasformata in uno svantaggio: la cultura e l’intelligenza acculturata conduce ai distinguo, allo sviluppo della coscienza critica, alle infinite discussioni in cui da sempre la sinistra si dibatte: ai tanti galli nel pollaio. Ma nello stesso tempo è una forza straordinaria quando si tratta di smontare le fragili visioni e decisioni di una destra che sulla scuola, sull’Università, sulla ricerca e sulla cultura ha davvero poco da dire e da proporre. Perché come ha saputo felicemente ricordare Veltroni nel suo discorso, per Berlusconi la scuola è la televisione, la sua televisione. Su questo tema il PD potrà recuperare le centinaia di migliaia di genitori che in Italia sono preoccupati per il destino dei loro figli: in Italia – come sappiamo – i figli e la famiglia contano più di ogni altra cosa. Ed è qui che si intravede uno spazio per la riscossa di una Italia che vuole ripartire dai propri talenti nascosti, dai propri valori e dal proprio carattere imprevedibile, ingegnoso e creativo. E’ qui che il Senso dell’Italia può trovare spazio e respiro, nell’utopia realizzabile di un Terzo Rinascimento.L’intempestiva imposizione del decreto sulla scuola ha dunque creato i presupposti di una rivolta e di una presa di coscienza collettiva, al di là delle posizioni politico-ideologiche, tra interi settori della società: dalle mamme agli studenti di tutte le età che fino a quel momento non avevano mai manifestato direttamente una opinione tanto chiara sul futuro.Il terzo nome è quello di Roberto Saviano, che nel corso della manifestazione e del discorso di Veltroni ha ricevuto l’applauso più lungo. Un personaggio - simbolo stesso della possibilità di un Terzo Rinascimento -, con la sua lucidità d’analisi e talento nella scrittura. Con la sua capacità di far convergere ragione ed emozione, una capacità che costituisce la cifra stessa della sua scrittura e della sua protesta, e che evoca la forza di personaggi altrettanto virtuosi nella chiarezza e nella passione: dal Che a Martin Luther King. Ebbene, a dispetto del suo iniziale posizionamento bi-partisan, Saviano sta diventando un eroe del PD al di là delle sue intenzioni, per forza di gravitazione spontanea: Gomorra trionfa nelle librerie e nelle sale cinematografiche coinvolgendo per la stragrande maggioranza quel popolo che le frequenta e che appartiene al mondo del centro-sinistra. Se a questo aggiungiamo le gaffe di Maroni, il coinvolgimento di esponenti della Pdl come Cosentino nelle trame camorriste, e soprattutto la scarsa credibilità di Berlusconi nel combattere questi fenomeni, il quadro appare chiaro e l’evoluzione altrettanto probabile. Saviano è e sarà il simbolo di quell’Italia morale e battagliera che appare migliore di chi la governa. Non bisogna avere paura di affermarlo, a costo di apparire antipatici, e su questo però costruire le basi di una reale alternativa civile e illuminata. Tutti i valori che emergono e continueranno ad emergere nei prossimi mesi e nei prossimi anni sono e continueranno ad essere quelli compatibili con una sinistra riformista nelle pratiche e radicale nei valori, che non accetta compromessi, ma che sa dialogare, ferma e sicura della propria visione del mondo, ma ormai lontana dai veti ideologici e dalle chiusure preconcette. Non è possibile prevedere quanto tempo ci vorrà, ma è certo che il nostro futuro va in questa direzione, e che Veltroni vincerà la sua battaglia, se solo riuscirà a consolidare la sua piattaforma emotiva. La manifestazione del 25 ottobre è stato un primo, importante passo in questa direzione. Data di scadenza: 27 ottobre 2012 Scritto alle 09:52 in Italia, Politica, Terzo Rinascimento Commenti (0) TrackBack (0)

PreVisão 50. O verbo do marketing será criativo

Data da previsão: 27 de outubro de 2007
O design também já se liberou das escolas de pensamento contrapostas (por ex. o movimento moderno contra o design radical), adotando a logica da experiencia como ponto de referencia para definir seu papel em estimular a qualidade da vida. Assim como aconteceu na relação entre arte e arquitetura na realização dos museus de arte moderna e contemporanea, se torna essencial e estrategica a correlação circular entre o consumidor (novo protagonista criativo), novas linguagens esteticas e de design, e experiencia pessoal saindo do mindset das vanguardas. Neste processo torna-se estrategica a variavel do tempo, pois as experimentações artisticas dos cidadões "persona" não são episodicas mas se alongam no tempo com uma influencia egual áquela das vanguardas que se seguiram em ondas durante o seculo passado. Isso impõe a necessidade de um "pensamento longo" e antecipador como muitas vezes soube ser o pensamento dasvanguardas. Dentro de uns poucos anos as empresas se tornarão laboratorios de propostas de novos movimentos culturais para cidadões-artistas aptos a desenvolve-las. A comunicação se tornará capacidade performativa nos tons da pop art ou do simbolismo, do expressionismo ou do informal. A distribuição e a venda se tornarão happening, espacialismo e situacionismo, enquanto o mundo do packaging vai encontrar-se na sensibilidade de um Cesar e de um Christo.(os artistas n.d.tr.)
Data de vencimento: 27 de outubro de 2009

26/10/2008

Proposta 11. Praticas minimas, começando pelas crianças

Data da proposta: 3 de outubro de 2008
Nos proximos dias será distribuido nas escolas inglesas um manual de conselhos praticos, elaborados pelas crianças e pelos seus educadores, sobre pequenos recursos e comportamentos virtuosos para economizar energia, proteger o meio ambiente e reforçar as relações cotidianas entre as pessoas. Ora, quando falo de praticas a ser renovadas me refiro a isto também. Começar pela banalidade dos gestos repetidos no dia a dia, e plasmar uma nova consciencia partindo de baixo, invertendo a classica concepção que tem devastado os comportamentos da esquerda: o pessoal é politico(a ação pessoal n.d.tr). Desta convicsão, que bem se originava na condivisão de uma serie de valores corretos, que estão vencendo no mundo todo (veja a proposta 8- da defesa dos direitos á sustentabilidade ambiental) descende uma serie infinita de praticas que ao contrario comprometeram o correto funcionamento da sociedade e das relações inter-pessoais : da ditadura do proletariado ao 6 politico (o direito á nota minima para todos n.d.tr), do casal aberto ao permissivismo, da cultura das drogas á folia dos "compagneiros que erraram". Uma dramatica divaricação entre valores que paradoxalmente estão triunfando no mundo todo (até Bush teve que se dobrar á evidencia que a intervenção do Estado é necessaria...) e praticas cotidianas sem sentido, ideologicas, obtusas e incapazes de estimular as sensibilidades pessoais. Em suma, não comprender que o politico é pessoal (a ação politica n.d.tr.), e precisa encontrar tons e linguagens em sintonia com a vida real das pessoas.
A proposta portanto é: defendamos nossa capacidade de produzir e seguir os valores corretos, mas aceitemos abandonar praticas obsoletas e profundamente erradas. Após diagnosticos quase sempre articulados e corretos (um exemplo recente: a leitura no-global do mundo, que bem se assemelha á realidade) sigamos com terapias igualmente focadas. Se o diagnostico for correto mas a terapia continua errada, é certo que o paciente morre.
( veja as propostas anteriores na categoria: terceiro renascimento)